Publicação compartilhada do BLOG DO ORLANDO TAMBOSI, de 12
de julho de 2021
Conflito entre millennials e geração Z é produto de
regressão cognitiva
Temos uma geração de jovens idiotas discutindo com a próxima
geração de idiotas jovens. Luiz Felipe Pondé via FSP:
Coitado do jovem, inseguro, sem desejo, fluido e objeto de
enorme masturbação mental por parte dos adultos. Como não perder a esperança na
dita classe culta, quando ela mesma embarcou na fetichização do jovem? Os
millennials, que iam mudar o mundo, acordaram para o fato de que, na verdade,
são a geração mais deprimida e pobre do mundo.
Foda-se o mundo, o que eu quero é a minha chupeta. E a palhaçada
avança. Quero que minha filha seja feminista! Quero que meu filho seja
sustentável até no xixi. Quero ser amigue de me filhe.
Alguém, supostamente habilitado a discutir essas coisas,
deveria tomar a palavra e avisar a esses equivocados que filhos não são
projetos pessoais. Acho, nesse caso, que são mais consistentes aqueles que
decidem não os ter —melhor do que aqueles que decidem tê-los tem para começar a
pentelhá-los já na barriga.
A psicologia, paulatinamente, se afunda no ridículo e na
fetichização. A pedagogia já acabou sob a bota da moda e da autoajuda
motivacional.
A psicologia vai na mesma direção. Logo, meninas
recém-formadas de 20 anos darão diagnósticos de vida para os adultos
retardados.
Desde o momento que a psicologia decidiu ter um projeto de
sociedade, um projeto de mercado, um projeto político e um projeto de saúde que
deságue num mundo melhor, ela capitulou diante do intratável da condição
humana.
No centro da vida psíquica, existe um vazio —e não o bem
moral ou ou bem político.
O niilismo moral que respinga das teorias psicológicas foi
demais para seus praticantes. De alguma forma, era necessário enfrentar o
pesadelo do papel da psicologia na construção do niilismo de cátedra.
A saída foi dizer que a cura é política ou que tudo o que o
jovem faz é lindo. Nesse caso há ainda um componente de mercado, afinal,
lisonjear o jovem é torná-lo fiel às terapias. Ou pior —é investir no retardo
mental como diversidade identitária. E aqui não me refiro a psicopatologias com
disfunções cognitivas descritas em manuais, mas, sim, refiro-me a modas de
comportamento.
Que todos sejam Gretas e salvem o mundo ainda de fraldas. A
fraldas aqui são essenciais, pois a infantilização é considerada sinal de
inovação. O fetiche com o novo sustenta esse surto de irresponsabilidade dos
mais velhos em relação aos mais jovens. Sob o manto da fé nos mais jovens,
garantimos a sua derrocada psíquica.
O recente “conflito” entre millennials deprimidos e a
geração Z, que se tornou a bola da vez por causa da palavra “cringe” (algo como
vergonha alheia), é um produto dessa regressão cognitiva.
É uma brincadeira das redes que, de repente, virou pauta de
reflexão. O único pensamento sério sobre isso só pode ser o que parte da
seguinte afirmação: temos uma geração de jovens idiotas discutindo com a
próxima geração de idiotas jovens sobre como chamar uns aos outros de idiotas.
Especialistas logo dirão que adultos jovens que reclamam o
direito de usar fraldas e chupetas —de novo, coisa das redes sociais— estão
apenas demandando respeito a sua identidade. Freud teria algo a dizer sobre
práticas que envolvem órgãos sexuais e excretores e objetos a serem chupados na
boca, não? Ainda que as fraldas, aqui, não sejam literalmente usadas,
esperamos.
Como resistir à imagem de uma menina de mais de 20 anos com
uma chupeta na boca? Puro erotismo, seria a hipótese mais honesta. Um canalha
honesto poderia se oferecer para cuidador do processo.
A evidência da gourmetização aparece na comparação entre
“age regression” (regressão de idade, mas que, em inglês, parece mais sério) e
formas de meditação espiritual, de práticas de autoproteção para enfrentamento
dos desafios da vida ou simplesmente da criação “do meu espaço”?
Será que chegaremos ao dia em que consultores de ESG+
criarão cotas para pessoas irem trabalhar de fraldas e com chupetas na boca?
As universidades criarão “safe spaces”, ou espaço seguros,
para alunos ficarem de fraldas e chupetas no campus ou mesmo assistindo a aulas
assim? Será criado todo um marketing para isso?
Isso tudo é um grande surto de retardo mental recheado com
glitter. Ou será que algum especialista escreverá um livro dizendo que tudo não
passa de uma técnica empática de autoestima? Uma tese de doutorado, quem sabe?
Enfim, boa chupeta.
Texto e imagem reproduzidos do blog: otambosi.blogspot.com
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