Publicado originalmente no site Huff Post Brasil, em 16/05/2019
'No Brasil, não se aprende a pensar', critica Nélida Piñon
Escritora e imortal da Academia Brasileira de Letras enumera
desafios de criar um país com mais leitores e da presença das mulheres na
literatura nacional.
A escritora e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL)
Nélida Piñon afirma que a sociedade não tem apreço pela cultura em sua forma
oficial, como a literatura, e acrescenta que falta formação educacional para
compreender a leitura. “Aprendemos tudo pela metade no Brasil. E não aprendemos
o que é mais essencial do projeto educacional: pensar”, ressalta.
Em entrevista ao UM BRASIL, a escritora destaca que a escola
é uma via condutora de educação que enfrenta uma série de dificuldades para
cumprir o seu papel. “Como você pode fortalecer o sistema educacional para uma
criança que não tem casa? A criança brasileira não tem onde ler. Só isso já é
um drama”, justifica.
A aproximação com a leitura também deve ser estimulada em
casa, com a família. “Os pais deveriam ter a literatura como um bem almejado
para os filhos”, defende.
“Ser jogador de futebol não deve ser o único objetivo de
vida de um brasileiro. Teria de haver uma revolução social, no sentido de
infundir ânimo por conhecimento nas pessoas – saber torna uma pessoa
fascinante.”
Apesar de reconhecer que a mulher chegou tardiamente ao
mundo clássico da cultura, pois não podia ler nem escrever, ela diz que o País
tem importantes escritoras.
Entre os 40 membros efetivos da ABL, apenas 5 são mulheres.
Nélida foi a primeira mulher a presidir a instituição e exerceu seu mandato no
ano do centenário da ABL. “A comunidade masculina ainda não se deu conta de que
está faltando uma figura invisível, que é a mulher. Esse fato, no entanto, vem
sendo cada vez mais percebido pelas pessoas.”
*Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas
do HuffPost Brasil e não representa ideias ou opiniões do veículo.
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Texto, imagem e vídeo reproduzidos dos sites: huffpostbrasil.com e youtube.com
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