quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

O Calendário Pirelli recupera a sensualidade (12 fotos)

Publicado originalmente no site Brasil El País, em 5 de dezembro de 2018

O Calendário Pirelli recupera a sensualidade (12 fotos)

O novo almanaque de arte e ensaio da marca italiana leva a assinatura do escocês Albert Watson, retratista mestre da fama dos últimos 40 anos. O calendário é à moda antiga, mas há também o debate social sobre a mesa

Por Rafa Rodríguez 


O modelo Gigi Hadid, fotografada em preto e branco por Albert Watson, interpreta uma mulher separada que pensa no futuro, mas sem tirar a sensação de solidão. A Pirelli quer que 2019 seja o ano dos sonhos: de sucesso e fortuna, de grandeza e projeção, de reconhecimento e glória. 


Imersa em seu papel, o modelo Gigi Hadid tem o estilista Alexander Wang como único amigo e confidente. O calendário é à moda antiga, mas há também o debate social sobre a mesa, para ler nas entrelinhas das 40 imagens que compõem a nova edição do seu calendário popular, apresentado oficialmente na tarde da quarta-feira em Milão. 


Na história para o calendário Pirelli, Gigi Hadid encarna o papel de uma mulher de sucesso, mas que não está contente com sua vida. Em seu esforço para ser culturalmente significativa, a marca de pneus mais sensível à arte e à beleza está mais uma vez tomando o pulso do tempo ou, nas palavras de Marco Tronchetti Povera, diretor executivo da empresa italiana, "para capturar as obsessões que definem nossa tempo". 


A atriz Julia Garner interpreta uma jovem fotógrafa amante da natureza e da solidão, que fotografa sua amiga, o modelo Astrid Eika, em um enorme jardim tropical. As "obsessões" de que trata o calendário partem da ideia de triunfo, que levou ao calendário de 2016 "mulheres de sucesso", uma mensagem que permanece, mas que vem suavizada neste ano pela sensualidade que retorna. 


A atriz Julia Garner retratada pelo fotógrafo escocês Albert Watson. "Eu não queria me limitar a retratar uma série de personagens, mas criar uma história complexa, com dimensões diferentes. Eu gostaria que fosse entendido que meu objetivo era a fotografia pura: analisar as mulheres antes da câmera e inventar várias situações que proporia uma visão positiva da feminilidade atual ", explica Watson. 


A atriz Julia Garner, que interpreta uma fotógrafa botânica, posa para Albert Watson no jardim de sua casa em Miami, palco do Calendário Pirelli. O uso inteligente da narrativa cinematográfica permitiu ao veterano fotógrafo escocês (Edimburgo, 1942) estruturar quatro histórias em quatro filmes imaginários contados através do que seriam seus fotogramas -- sobre sonhos, ambições pessoais e os compromissos necessários para alcançá-los. 


A dançarina Misty Copeland (estrela do American Ballet Theatre), que no Calendário Pirelli tem como par o também dançarino Calvin Royal III. A dramática combinação de cores e preto e branco enfatiza as micro-histórias, estrelando as modelos Gigi Hadid e Laetitia Casta e a atriz Julia Garner. 


No calendário Pirelli a dançarina Misty Copeland vive em Miami em uma casa Artdeco e faz exercícios em uma piscina. A consideração do Calendário Pirelli como um artefato cultural sempre ajudou a desviar a atenção da alegada objetivação de suas modelos. O projeto de Watson, intitulado Dreaming (Sonhando), intensificaria seu escopo artístico. No entanto, a crítica a esse item de colecionador, com que a marca recompensa a lealdade de seus melhores clientes e amigos desde 1964, não se afrouxa: algumas pessoas veem o calendário tão desafinado quanto o desfile da Victoria's Secret, mesmo a despeito de seu discurso social renovado. 


Na imagem, a dançarina Misty Copeland. "Eu não entendo o problema quando as coisas são feitas com respeito", diz sobre a polêmica Sergei Polunin, que entende um pouco de polêmicas -- que o diga seu apoio ao presidente russo Vladimir Putin. "Na verdade, estou um pouco enfadado com a pressão política que se pretende exercer em certos assuntos por meio de produtos como esse", acrescenta o bailarino de origem ucraniana que participa do calendário junto com o estilista Alexander Wang e o dançarino Calvin Royal III. 


Laetitia Casta encarna uma pintora que vive com seu par, interpretado por Sergei Polunin. Ambos sonham com o sucesso, ela como artista, ele como dançarino. 


A modelo e atriz Laetitia Casta. 


Laetitia Casta, que interpreta uma artista, posa nua junto a quem encarna a seu par, o dançarino Sergei Polunin. 

Texto e imagens reproduzidos do site: brasil.elpais.com

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