O Calendário Pirelli recupera a sensualidade (12 fotos)
O novo almanaque de arte e ensaio da marca italiana leva a
assinatura do escocês Albert Watson, retratista mestre da fama dos últimos 40
anos. O calendário é à moda antiga, mas há também o debate social sobre a mesa
Por Rafa Rodríguez
O modelo Gigi Hadid,
fotografada em preto e branco por Albert Watson, interpreta uma mulher separada
que pensa no futuro, mas sem tirar a sensação de solidão. A Pirelli quer que
2019 seja o ano dos sonhos: de sucesso e fortuna, de grandeza e projeção, de
reconhecimento e glória.
Imersa em seu papel,
o modelo Gigi Hadid tem o estilista Alexander Wang como único amigo e
confidente. O calendário é à moda antiga, mas há também o debate social sobre a
mesa, para ler nas entrelinhas das 40 imagens que compõem a nova edição do seu
calendário popular, apresentado oficialmente na tarde da quarta-feira em Milão.
Na história para o
calendário Pirelli, Gigi Hadid encarna o papel de uma mulher de sucesso, mas
que não está contente com sua vida. Em seu esforço para ser culturalmente
significativa, a marca de pneus mais sensível à arte e à beleza está mais uma
vez tomando o pulso do tempo ou, nas palavras de Marco Tronchetti Povera,
diretor executivo da empresa italiana, "para capturar as obsessões que
definem nossa tempo".
A atriz Julia Garner
interpreta uma jovem fotógrafa amante da natureza e da solidão, que fotografa
sua amiga, o modelo Astrid Eika, em um enorme jardim tropical. As
"obsessões" de que trata o calendário partem da ideia de triunfo, que
levou ao calendário de 2016 "mulheres de sucesso", uma mensagem que
permanece, mas que vem suavizada neste ano pela sensualidade que retorna.
A atriz Julia Garner
retratada pelo fotógrafo escocês Albert Watson. "Eu não queria me limitar
a retratar uma série de personagens, mas criar uma história complexa, com
dimensões diferentes. Eu gostaria que fosse entendido que meu objetivo era a
fotografia pura: analisar as mulheres antes da câmera e inventar várias
situações que proporia uma visão positiva da feminilidade atual ", explica
Watson.
A atriz Julia Garner,
que interpreta uma fotógrafa botânica, posa para Albert Watson no jardim de sua
casa em Miami, palco do Calendário Pirelli. O uso inteligente da narrativa
cinematográfica permitiu ao veterano fotógrafo escocês (Edimburgo, 1942)
estruturar quatro histórias em quatro filmes imaginários contados através do
que seriam seus fotogramas -- sobre sonhos, ambições pessoais e os compromissos
necessários para alcançá-los.
A dançarina Misty
Copeland (estrela do American Ballet Theatre), que no Calendário Pirelli tem
como par o também dançarino Calvin Royal III. A dramática combinação de cores e
preto e branco enfatiza as micro-histórias, estrelando as modelos Gigi Hadid e
Laetitia Casta e a atriz Julia Garner.
No calendário Pirelli
a dançarina Misty Copeland vive em Miami em uma casa Artdeco e faz exercícios
em uma piscina. A consideração do Calendário Pirelli como um artefato cultural
sempre ajudou a desviar a atenção da alegada objetivação de suas modelos. O
projeto de Watson, intitulado Dreaming (Sonhando), intensificaria seu escopo
artístico. No entanto, a crítica a esse item de colecionador, com que a marca
recompensa a lealdade de seus melhores clientes e amigos desde 1964, não se
afrouxa: algumas pessoas veem o calendário tão desafinado quanto o desfile da
Victoria's Secret, mesmo a despeito de seu discurso social renovado.
Na imagem, a
dançarina Misty Copeland. "Eu não entendo o problema quando as coisas são feitas
com respeito", diz sobre a polêmica Sergei Polunin, que entende um pouco
de polêmicas -- que o diga seu apoio ao presidente russo Vladimir Putin.
"Na verdade, estou um pouco enfadado com a pressão política que se
pretende exercer em certos assuntos por meio de produtos como esse",
acrescenta o bailarino de origem ucraniana que participa do calendário junto
com o estilista Alexander Wang e o dançarino Calvin Royal III.
Laetitia Casta
encarna uma pintora que vive com seu par, interpretado por Sergei Polunin.
Ambos sonham com o sucesso, ela como artista, ele como dançarino.
A modelo e atriz
Laetitia Casta.
Laetitia Casta, que
interpreta uma artista, posa nua junto a quem encarna a seu par, o dançarino
Sergei Polunin.
Texto e imagens reproduzidos do site: brasil.elpais.com
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