segunda-feira, 5 de março de 2018

O discurso feminista de Frances McDormand no Oscar 2018...




O discurso feminista de Frances McDormand no Oscar 2018 que fez todas as mulheres de Hollywood se levantarem

Protagonista de 'Três Anúncios Para um Crime', de Martin McDonagh, ganhou o Oscar de Melhor Atriz na noite deste domingo (4).

By Andréa Martinelli

Em 1997, McDormand ganhou sua primeira estatueta do Oscar por Fargo, dirigido por Joel Coen, seu marido.

"Me levante se eu cair, porque eu tenho algumas coisas para dizer".

Ovacionada, um pouco nervosa, e com um tom ácido de ironia. Foi assim que a atriz Frances McDormand iniciou o seu discurso como a grande vencedora do prêmio de Melhor Atriz, no Oscar 2018, na noite do último domingo (4), em Hollywood. Um discurso que, de forma explicita, mostrou à indústria a como sair da teoria e realmente apoiar projetos feitos e pensados por mulheres.

Ao iniciar sua fala, ela começou agradecendo o diretor, Martin McDonagh, e sua família:

"Eu quero agradecer Martin McDonagh, olhe o que você fez. Somos um bando de rebeldes e anarquistas, mas no final acabamos nos saindo muito bem (...). Eu quero agradecer cada pessoa neste local, minha irmã Dorothy (Eu amo você, Dot). E eu, especialmente, quero agradecer o meu clã: esses dois indivíduos foram criados por uma mãe feminista, eles valorizam uns aos outros e os que estão ao redor deles. Eu sei que vocês estão orgulhosos de mim. E isso me preenche com uma alegria infinita".

Em Três Anúncios Para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing Missouri), dirigido por Martin McDonagh, McDormand interpreta Mildred Hayes, uma mulher que, cansada da falta de resolução para o crime que matou sua filha, decide tomar suas próprias atitudes, o que levanta a ira da polícia e de toda a cidade. Em 1997, McDormand ganhou sua primeira estatueta do Oscar por Fargo, dirigido por Joel Coen, seu marido.

Mas foi ao afirmar que "gostaria de dar uma perspectiva", que Francis construiu o momento mais emocionante de toda a cerimônia:

"Se não for muito inoportuno, eu gostaria de pedir para que cada mulher, atriz, produtora, diretora se levante. Meryl, se você fizer isso, todas farão", disse. E Meryl Streep levantou. E todas as outras mulheres também, em um momento de arrepiar.

Nesta edição, apenas 11 mulheres foram indicadas em categorias -- e colocá-las em evidência é de extrema relevância, principalmente, após as denúncias de assédio sexual em Hollywood, que vieram à tona a partir do caso Harvey Weinstein e desencadearam o movimento #MeToo e o Time's Up.

"Todos vocês, olhem ao redor! Olhe ao redor, senhoras e senhores, porque todas temos histórias a contar e projetos que precisam ser financiados".

E continua:

"Não simplesmente falem conosco na festa de hoje. Convide-nos para o seu escritório ou você pode vir para o nosso, o que for melhor, e falaremos melhor sobre isso. Tenho duas palavras dizer antes de sair daqui esta noite. Senhoras e senhores: cavaleiro de inclusão."

O termo, em inglês, "inclusion rider", traduzido para o português como "cavaleiros da inclusão", é uma cláusula que uma atriz ou um ator pode insistir em inserir em seu contrato que exige o elenco e a equipe em um filme para atingir um certo nível de diversidade. O conceito foi explorado em um TED Talks de 2016 por Stacy Smith, fundadora da Iniciativa de Inclusão Annenberg na Universidade do Sul da Califórnia.

McDormand também falou sobre representatividade em seu discurso ao vencer o Globo de Ouro de Melhor Atriz, em janeiro:

"Tantos de vocês sabem que eu mantenho minha política privada, mas foi realmente ótimo estar nesta sala hoje à noite", disse. "Para ser parte de uma estrutura de poder da nossa indústria - confie em mim, as mulheres nesta sala hoje à noite não estão aqui para a comida. Estamos aqui para o trabalho. Obrigado."

Texto e imagens reproduzidos do site: huffpostbrasil.com

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