sábado, 6 de janeiro de 2018

Entrevista: “Estou bem e estou feliz, é o que importa”, diz Fernanda Gentil

Leo Aversa, divulgação

Publicado originalmente no site Revista Donna, em 30/09/2016

Entrevista: “Estou bem e estou feliz, é o que importa”, diz Fernanda Gentil

Por Camila Saccomori 

– Estou bem quietinha, esperando passar. Mas está tudo bem. Eu estou bem e estou feliz, isso é o que importa – comentou Fernanda Gentil em entrevista a Donna no meio da tarde desta sexta-feira (30).

A apresentadora do Esporte Espetacular (TV Globo) referia-se à repercussão de uma notícia divulgada pela manhã na coluna Gente Boa do jornal O Globo, de que a jornalista Fernanda Gentil assumiu o namoro com a também jornalista Priscila Montandon. A publicação trazia uma declaração de Fernanda:

“Estou só exercendo meu direito de ser muito, muito feliz. Tenho apenas um recado, e é para os meus filhos, que mais cedo ou mais tarde podem ler ou ouvir tudo por aí: lembrem de não se importarem com tudo o que dizem sobre nossa vida, o que vale é a mamãe fala com vocês em casa, olhando nos seus olhos”, disse Fernanda a O Globo.

Fernanda falou com Donna enquanto estava dirigindo, em conversa sobre maternidade, separação, Olimpíadas, jornalismo e redes sociais. Desde o lançamento do livro Gentil como a gente (Editora Intrínseca), em junho, a entrevista estava pendente por conta da dedicação da autora às Olimpíadas e agenda atribulada.  A apresentadora havia se divorciado do marido, o empresário Matheus Braga, em abril. O livro conta, de forma divertida – e “sem firulas”, como destaca o subtítulo – experiências pessoais de Fernanda a partir do blog, Gentil Braga, que ela mantinha quando estava casada.

Na conversa, Fernanda destacou que não quer ser tratada como celebridade, apesar da curiosidade que as pessoas têm em sua vida pessoal. Confira:

Como surgiu a ideia de compartilhar sua história do seu casamento no blog e depois em livro?
Quando fui “me juntar” com meu ex-marido, comecei a reparar que existem muitas situações curiosas, engraçadas, quando um casal vai morar junto. A convivência é um grande desafio, na verdade. O assunto foi rendendo, eu comecei a escrever em um tom alto-astral, mais bem humorada, o pessoal foi gostando do blog. E aí a Intrínseca me chamou em 2014 para fazer do blog um livro.

Como era a sua rotina para escrever estes registros no blog?
Era semanalmente ou de 15 em 15 dias. Eu ficava até oito horas para escrever um único episódio, por conta das imagens e dos vídeos (intercalando com o texto). Tomava muito tempo. Foi de 2013 a 2015 que atualizei o blog. Fizemos algumas adaptações para o livro e escrevi uns novos. Nessa transição do virtual para o impresso, sempre há algumas mudanças. Mas a espinha dorsal está no livro. É uma versão mais completa, mais cuidadosa, muito melhor.

Os diálogos são superdivertidos, bem informais, e as imagens também são engraçadas. O quanto você se envolveu nesse processo para o livro?
Nossa, eu me envolvi muito, fiz questão de participar de tudo. Não queria perder a identidade do blog, é bem isso que você falou, uma linguagem mais informal, mais conversada, mais leve. O lance das imagens é diferente, para não ficar só texto, texto e texto. Pude dar pitaco, mudar o que queria, era 24 horas por dia em função do livro. Lembro eu lá de barrigão, de oito para nove meses, fazendo os últimos cortes para mandar para a editora.

Como foi compartilhar histórias tão íntimas e deixá-las registradas para sempre no papel?
Pois é, as histórias são todas baseadas em histórias reais, claro que em algumas dei alguma aumentada, mas são histórias que aconteceram. Foi uma ideia muito feliz da minha parte, o livro ficou superbonitinho, carinho, uma linguagem leve, suave e romântica. Fico muito feliz de ter isso registrado.

(No fim do livro, Fernanda escreve sobre a separação de Matheus Braga, com quem estava namorando desde os 15 anos, quando o conheceu em sua festa de aniversário: “Percebemos que talvez essa relação já não estivesse tão legal havia tempos… que, talvez, a realização do nosso sonho tenha aberto os nossos olhos… e, que, talvez, a gente estivesse passando por cima de um outro imenso sonho: o de ser feliz. Mocinha e Momô foram tão bom juntos que não vão deixar de existir. São tão bons que nada do que foi escrito antes desta página vai ser apagado. Tá feito. Tá registrado. Tá curtido. Tá vivido”.)

Você disse, em outra entrevista, comentando a separação, que as pessoas questionavam: “Ah, mas pareciam tão felizes nas redes sociais”. Mas não existe tristeza nas redes sociais, como você comentou…
É isso. Eu sempre prefiro ver o copo meio cheio, sabe? Assim a vida fica mais leve, os problemas ficam menos graves, os estresses menos fortes, então eu procuro levar a vida com leveza. Não foi diferente com o livro e falar tanto sobre este assunto, pois a minha vida virou literalmente um livro aberto, né? Você não vê tristeza em redes sociais, mas tudo que eu vivi, eu vivi com muita plenitude.

Você falou que conheceu o seu grande amor aos 15 anos e também que desde então queria ser jornalista de esporte. Como tudo começou?
Eu sempre fiz esporte, e o jornalismo foi a maneira que encontrei de não me distanciar disso. Com o jornalismo consegui me manter neste universo.

Muitas mulheres hoje em dia fazem esporte só para ficar em forma, não por saúde. Até publicamos em Donna uma reportagem sobre isso. Você, pelo jeito, fazia pelo bem-estar…
Sim, o exercício sempre foi meu jeito de me sentir disposta, saudável. Uma questão realmente de saúde. Com a correria da vida não consegui manter o esporte na mesma frequência. Correr, malhar, tudo faço para manter a saúde.

A boa forma, então acaba sendo só a consequência.
Exatamente, exatamente.

Como você lida quando comentam sobre você e esses temas de beleza e boa forma?
Vejo com muito carinho, acho muito bacana. Como naquela lista, por exemplo (Fernanda ficou entre as 100 mulheres mais sexy de 2014) e o de ser musa da Copa, acho isso OK. Tem o lado negativo também, como daquela vez que me chamaram de gorda na praia, acho que são ossos do ofício. A gente trabalha em televisão e com essa visibilidade não tem como fugir disso. Tem que saber como lidar com isso. Eu, por exemplo, tenho um filtro enorme. Pouquíssimas coisas chegam em mim de forma a me afetar, praticamente quase nada, principalmente em relação ao meu físico ou coisas assim. O dia que falarem do meu caráter, de mim assim como pessoa, aí sim começo a me preocupar, entende?

Os fãs comentam muito a tua naturalidade e espontaneidade em frente às câmeras, na condução das reportagens. É esse seu estilo que você acredita que cativa seus fãs?
Acho que sim. É que eu gosto de fazer televisão como eu gosto de ver televisão, e eu gosto de ver TV me sentindo próxima da pessoa, alguém é uma pessoa como a gente, e isso é a pura verdade. Não tem a menor diferença entre quem me vê na TV e o que sou. Essa naturalidade deixa o telespectador mais à vontade. No jogo do 7 x 1 (Brasil e Alemanha), foi uma coisa natural, foi o lado torcedora, me emocionei e chorei mesmo (ao vivo).

Você também se emociona bastante quando fala do seu projeto, a Associação Caslu, que ajuda crianças.
É uma homenagem ao Lucas (afilhado de oito anos que Fernanda cuida desde a morte da mãe do menino, tia de Fernanda, quando ele tinha um ano e meio). Acho que é um trabalho que todo mundo pode e deve fazer, basta ajudar alguém, alguma criança que você conheça, uma pessoa que seja, fazer a sua parte. A Caslu me mostrou que realmente a gente tem muito o que fazer, estou fazendo pelo menos a minha parte.

Lucas e Gabriel (filho de Fernanda, nascido em agosto de 2015) convivem como irmãos?
Sim. Para mim, família não é sangue, é sentimento. São dois filhos meus, sei que eles se amam como irmãos. Não é nenhuma ligação biológica que vai impedir isso.

Você é conhecida por essa dedicação à maternidade. Sei que é um grande clichê dizer que a vida muda totalmente depois de ter filhos, como você vê isso?
É um divisor de águas, né? Antes de ter crianças, depois de tê-las. Fiquei mais emotiva, mais sensível, muito mais cuidadosa comigo mesma, mais responsável, você não faz mais as coisas só por si mesma, todas suas atitudes vão respingar neles. É um fator muito enriquecedor, você tem um motivo muito maior para viver, para trabalhar, para acordar cedo, para batalhar, tira força de onde não tem, tira tempo de onde não pode e assim vai indo.

Pretende lançar outro livro?
Sim, gostei muito da experiência, nem sei quando nem sobre o quê.

Pretende fazer o lançamento aqui em Porto Alegre?
Eu, por mim, faria o Brasil inteiro, vamos ver com a editora. Fiz São Paulo e Rio. Porto Alegre e BH seria legal, Nordeste também, por mim faria o país todo.

Agora que passou a Olimpíada, você consegue ter mais tempo para divulgar o livro, né?
Sim, está menos loucura, nada se compara com aquilo, é outro fuso horário, outro ritmo. E depois de assumir o Esporte Espetacular também mudou tudo, nova rotina, tem que se adaptar tudo de novo. Mas sempre são desafios muito bem vindos.

Como você avalia a sua cobertura na Olimpíada?
Gostei bastante. Nem avalio a repercussão, e sim como eu fui. Sou muito crítica comigo mesmo, mas se eu gostar do que fiz, acho que o público vai gostar.

Você consegue ler tudo o que tem nas redes sociais, nos seus perfis? O que você filtra?
Eu consigo ler o que o meu tempo permite, não por filtro não. O filtro é a minha consciência, eu posso bater o olho em coisas boas ou ruins e vou absorver o que eu achar que vai me acrescentar. Não acho que sou melhor nem pior do que ninguém, não acredito nem em tudo de bom ou tudo de ruim que falam de mim. Se a pessoa se dá ao trabalho de ir lá na minha rede social, Instagram, Twitter, falar alguma coisa eu quero ver o que ela tem para falar. O que eu consigo eu leio.

Como foi o teu dia hoje? Sei que não queres comentar o assunto, mas deve ter tido muita repercussão.
Na verdade eu não sei, não estou lendo. Estou bem quietinha, esperando passar. Mas está tudo bem. Eu estou bem e estou feliz, isso é o que importa...

Texto e imagem reproduzidos do site: revistadonna.clicrbs.com.br

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