Ritmo de vida profissional levou Ísis a praticar o
minimalismo (Foto: Arquivo Pessoal).
Publicado originalmente no site do Cinform, em 31 de julho de 2017.
Minimalismo ensina a viver mais com menos.
Por Nayara Arêdes.
Estilo de vida prega o desapego e o reconhecimento do que é realmente necessário.
Para muita gente, a ideia de sucesso permanece associada à
possibilidade de adquirir e acumular bens. Felizmente, essa lógica vem sendo a
cada dia mais repensada e questionada, sobretudo pelos adeptos do minimalismo.
Como a própria palavra diz, ser minimalista é procurar se ater ao mínimo,
valorizando escolhas e eliminando o supérfluo.
Esse estilo de vida promove o desapego e a ideia de consumir
apenas o necessário. Quem pratica o minimalismo procura observar a função de
tudo o que possui, descartando o que já não tem um papel definido ou o que caiu
em desuso. E, ao contrário do que se possa pensar, a ideia de viver com pouco
tem muito mais a ver com liberdade do que com privações.
Ritmo de vida profissional levou Ísis a praticar o
minimalismo (Foto: Arquivo Pessoal)
Embora o processo de reconhecimento do que é dispensável não
seja fácil, quem já passou por essa fase garante que os resultados são os
melhores possíveis. Além de gerar uma mudança imediata de hábitos, o
minimalismo também traz um impacto mais amplo, já que modifica as relações de
consumo.
Tudo em uma mala.
Ísis Rocha, de 32 anos, trabalha como coach de alinhamento
vibracional e mentora para negócios autênticos. Seu primeiro contato com o
minimalismo veio aos 21 anos, quando ela trabalhava como produtora de eventos
esportivos. A dinâmica profissional foi o que ditou o novo comportamento de
Ísis, que conheceu o minimalismo primeiro na prática e depois na teoria.
“Eu trabalhava viajando, foi uma fase em que eu não tinha
endereço. Passava 15 dias em uma cidade, 20 dias em outra… Tive que sair com
uma mala que coubesse tudo o que eu precisasse. Roupas, sapatos, livros,
amuletos… Então, me acostumei a viver só com isso”, resume. Além de economizar
tempo e energia, Ísis passou a poupar dinheiro.
A coach e mentora conta que, viajando e trabalhando, ganhava
e adquiria coisas pelo caminho. “Cada vez que eu comprava ou ganhava algo,
deixava uma coisa para trás. Era legal, porque o que eu deixava, se tornava
presente para quem eu havia conhecido. Era uma forma de estreitar os laços”,
explica. O modo de vida minimalista acabou permanecendo na vida de Ísis, que o
ensinou à filha. “Ela tem poucos brinquedos, mas adora e brinca com o que tem”,
diz.
A gastróloga e empreendedora Úrsula Freitas, de 24 anos,
afirma que não houve um marco para o início de seu contato com o minimalismo.
Para ela, esse estilo de vida se expressa em todas as áreas de sua vida. “O “menos
é mais” é minha preferência em praticamente tudo. Na decoração, no vestuário,
na arte, em conteúdos, na comida. É possível expressar muito com pouco. Isso é
ser simples, prático e objetivo. Até o amor não precisa de exageros”, pontua.
Úrsula se mudou há alguns dias para São Paulo, e se orgulha
de ter organizado a bagagem com objetividade. As viagens, inclusive, fizeram
com que seu caráter minimalista aflorasse. “A primeira mudança notória foi
quando passei a viajar só com uma mochila. Coloquei peças básicas e fáceis de
combinar, poucos acessórios e o essencial para a higiene”, descreve.
Para a gastróloga, o processo de desapego deve ser gradual,
sem radicalismos. “É um trabalho de formiguinha. Um clichê que funciona é se
perguntar: “Eu preciso? Eu posso? Eu devo?”. É necessário saber avaliar se a
próxima aquisição vai ser realmente útil ou apenas preencher temporariamente um
vazio. Acredito que o consumismo está diretamente relacionado a isso”,
aconselha.
Vitor Almeida, de 30 anos, é terapeuta Reiki e doulo. Para
ele, a escolha pelo essencial veio de forma natural. “Desde jovem, o excesso de
coisas me deixava com uma sensação de peso. Comecei a doar e jogar fora todas
as coisas, sentimentos e relações que estavam em excesso na minha vida. Com o
tempo, a prática do desapego vai ficando mais fácil, pois a vida se torna mais
leve”, considera.
O terapeuta e doulo acredita que o consumismo nos afasta do
equilíbrio emocional. “Mais da metade das nossas coisas não são necessárias,
bem como nossos sentimentos e pensamentos. Vivemos em um mundo com excesso de
informação e falta de sensações e sentimentos. Assim, pensamos demais em coisas
desnecessárias e deixamos de lado o aprendizado do sentir”, acredita.
Uma das práticas que Vitor assumiu ao incorporar o estilo de
vida minimalista é a de priorizar a qualidade do que compra. “Prefiro comprar
coisas um pouco mais caras, porém mais duráveis, para não ter que comprar de
novo tão cedo. Com o tempo, as necessidades vão diminuindo”, assegura.
“Minimalismo, para mim, é uma força mental que nos leva a evitar excessos em
todas as áreas de nossa vida”, sintetiza.
Entusiasta do minimalismo, Úrsula Freitas faz questão de
deixar dicas para quem se interessar pelo assunto. “Pratique o desapego. Isso é
um trabalho constante, exigente, mas muito gratificante. Se ficou empolgado
depois da leitura, aproveite para listar 10 coisas das quais você pode se
desvincular agora e analise se pode doar, presentear ou descartar. Vale lembrar
que, se você comprou algo há mais de três meses e ainda não usou, é um péssimo
sinal. Assista também ao documentário “Minimalismo: Um Documentário Sobre
Coisas Importantes”, para se empolgar mais ainda”, indica a gastróloga.
Texto e imagem reproduzidos do site: cinform.com.br
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