Publicado originalmente no site da revista TRIP, em 15 de
janeiro de 2020
Apresentado por Grupo Boticário Aprendendo a Reaprender
Trip Transformadores
O premiado diretor, produtor e ator Miguel Falabella reflete
sobre como todos nós precisamos sempre nos reinventar e aprender com as
diferenças do outro
Independente de qual seja seu momento de vida hoje, existe uma
realidade que une todos nós em uma mesma condição: a de que tudo vai (sempre)
mudar e que sempre podemos aprender com os outros.
Aprendendo a reaprender
Miguel Falabella compreendeu cedo essa realidade e a
importância da empatia para se converter em um “autor de si mesmo”. E, mesmo
com inúmeros sucessos no teatro e na televisão brasileira, reconhece que sua
melhor obra é sua própria vida: “Ser protagonista da nossa própria história é o
melhor papel em que podemos atuar e é muito valioso entender isso”.
Artista com mais de 40 anos de experiência, Miguel Falabella
lida diariamente com jovens talentos e profissionais experientes. Com o
exercício da empatia e da observação, ele se conecta verdadeiramente com
pessoas que possuem diferentes histórias de vida e contextos e que pertencem a
diferentes gerações. Na profissão e na vida, compreendeu que as diferentes
gerações se complementam e sempre têm algo a ensinar umas às outras.
Miguel participou da Semana da Diversidade do Grupo
Boticário, um evento interno que foi transmitido para os mais de 12 mil
colaboradores da empresa. Em sua palestra, Sonhar e Viver em Voz Alta, ele
refletiu bastante sobre a importância de estar sempre em construção a partir
desse exercício de empatia e relacionamento verdadeiro com as pessoas.
“Vivemos um momento em que quem não aprender a desaprender
não vai a lugar algum. A gente precisa aprender a criar novos modos de
comunicação, novos meios e desaprender muita coisa. Se você não desaprende
velhos conceitos e não aprende novas linguagens para falar com as pessoas, como
vai se conectar verdadeiramente com elas?”, aconselha.
O conselho é ainda mais significativo quando olhamos para a
trajetória de Miguel, um verdadeiro gênio na arte de se conectar com o outro.
Em sua vida, ele já atuou com milhares de profissionais nas mais de cem peças
de teatro, filmes e telenovelas que dirigiu ou roteirizou. Todas essas obras
também falaram fundo no coração de milhares de brasileiros. Conexão.
Sua fórmula para se relacionar tão bem com tantas pessoas,
passa, claro, pela valorização da arte. Miguel acredita especialmente na força
esclarecedora da poesia e cita Cecília Meireles para explicar o poder da autotransformação
e da resiliência: “Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar
sempre inteira”. Todos os dias, ele publica para seus 2,2 milhões de seguidores
em sua conta oficial no Instagram o “Bom dia com poesia”, no qual declama
versos de poetas que fizeram parte de sua história.
Gente surpreende, sempre!
Para além dos versos, Miguel relembra a importância de se
comunicar de modo verdadeiro com as pessoas para de fato aprender com elas.
“Jamais perca a oportunidade de buscar o humano nas pessoas. Converse,
mostre-se interessado; ouça, certamente você aprenderá algo novo que vai te
transformar um pouquinho.”
E olhar para o outro é, muitas vezes, olhar para si mesmo.
“Tudo aquilo que te incomoda em alguém é algo que te incomoda em você, a princípio.
O que será que me incomoda em mim mesmo e que eu estou vendo no outro?”,
destaca.
Esse cuidado é fundamental para quem quer se conectar
verdadeiramente com as pessoas, sem barreiras e como mínimo possível de vieses.
“Gente surpreende sempre, basta ter sensibilidade e esquecer os preconceitos.”
Miguel terminou sua palestra falando sobre dois temas
universais: generosidade e empatia. “Todos nós somos dotados de
neurônios-espelho, que nos permitem nos colocar no lugar do outro e entender o
que cada um vive. Esses neurônios podem (e devem!) ser exercitados.” É a partir
desse exercício que nos reinventamos – com o outro.
PARA ENTRAR NO CLIMA •
Que tal se inspirar com algumas dicas de artistas que falam
sobre transformação?
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Livro: A metamorfose, Franz Kafka
Música: “Metamorfose ambulante”, Raul Seixas
Poesia: “Um bom poema leva anos”, Paulo Leminski
Texto e imagem reproduzidos do site: revistatrip.uol.com.br
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