As grandes redes de livrarias têm atualmente quase 1.300
títulos protestados,
que somam R$ 38 milhões de pagamentos em atraso Foto:
Fernando Guerra/FG+SG
Publicado originalmente no site da revista ÉPOCA, em 31/07/2018
Como editoras e livrarias independentes buscam se reinventar
em meio à crise mais dramática do mercado editorial
Elas oferecem seus títulos diretamente ao consumidor em
feiras de livro e em novos espaços de venda
Por Ruan de Sousa Gabriel e Roberta Scrivano
Simone Paulino fechava a Casa Paratodos, que abrigara
eventos de editoras independentes durante a Festa Literária Internacional de
Paraty (Flip), no ano passado, quando foi interpelada por uma mulher
desesperada em busca do livro A mulher de pés descalços, da ruandesa
Scholastique Mukasonga. Não sobrara nenhum exemplar na Travessa, a livraria
oficial da Flip. Os dois romances de Mukasonga — A mulher de pés descalços e
Nossa Senhora do Nilo, ambos publicados pela editora Nós — foram,
respectivamente, o segundo e o quinto livros mais vendidos daquela Flip.
Paulino fundou a Nós em 2015 e se especializou em edições caprichadas de ficção
nacional e estrangeira com tiragens médias de 1.000 exemplares. Aproveitou a
vinda de Mukasonga à Flip e imprimiu 4 mil exemplares de cada um dos romances.
Levou 200 — 100 de cada — para Paraty. Vendeu todos. O único exemplar que
restara era o dela, escondido em sua mochila, mas até esse ela vendeu, ali na
rua, para a mulher que a emboscara ao fim da festa.
“Na semana posterior à Flip, todas as livrarias começaram a
me pedir os livros da Scholastique”, contou Paulino a ÉPOCA. “Grandes redes,
como a Saraiva, que nunca tinham olhado para mim, me pediram os livros dela,
porque era uma autora da Flip.” A Nós já publicou 35 títulos e, desde a Flip
passada, não dá mais prejuízo (mas ainda não dá lucro) — apesar da crise das
grandes livrarias, que têm atrasado os pagamentos às editoras. “Antes, a gente
vendia pouquinho, mas o que vendia recebia”, disse Paulino. “Agora, começamos a
vender mais, mas sem receber ou receber com muito atraso, o que bagunçou as
coisas.”
Paulino toca a editora com a ajuda de uma única funcionária
fixa. Neste ano, ela volta à Flip com 600 exemplares — 200 de cada — dos
romances Adua e Minha casa é onde estou, e do livro de ensaios Caminhando
contra o vento, sobre Caetano Veloso, todos de Igiaba Scego, escritora italiana
filha de somalis, convidada da festa. As tiragens são de 4 mil exemplares para
cada romance e de 8 mil para o livro de ensaios, uma coedição da Nós com a Buzz
Editora. A Casa Paratodos — rebatizada Paratodxs — também volta à Flip e
reunirá as editoras Nós, Edith, Demônio Negro, Relicário, Dublinense, Buzz,
Kapulana e Polén, além da TAG - Experiências Literárias, um exitoso clube do
livro por assinatura. Todas são editoras independentes. Quase um terço dos 33
convidados da Flip é publicado por editoras independentes.
Segundos dados compilados pela consultoria Nielsen a pedido
de ÉPOCA, as editoras independentes cresceram 12,97% em volume e 4,58% em faturamento
no acumulado das 28 semanas de 2018 em comparação ao mesmo período de 2017. O
vigor das editoras independentes parece um versinho alegre perdido no meio de
um longo conto de terror. O mercado editorial encolheu 21% desde 2006. Segundo
pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgada em
maio, as perdas de 2006 a 2017 somam R$ 1,4 bilhão. Dados do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC) mostram que as três grandes redes de livrarias —
Saraiva, Fnac e Cultura — têm quase 1.300 títulos protestados, que somam R$ 38
milhões de pagamentos em atraso. A Saraiva tem a maior dívida: são 312
protestos, que chegam a R$ 28 milhões. A Fnac tem 310 títulos protestados, que
representam débito de R$ 8 milhões. A Cultura soma 634 títulos protestados, num
total de R$ 2 milhões. A Saraiva informou que está em negociação com os
fornecedores. A Cultura e Fnac não quiseram falar sobre o assunto.
As editoras de porte enxuto e com mais tempo de mercado são
as que sentem mais a crise das livrarias. Com até 50% do faturamento vindo das
grandes redes varejistas, essas empresas se veem numa sinuca de bico: se
processam a Saraiva e a Cultura, fecham a porta do principal destino de seus
produtos, mas, se continuam fornecendo material consignado sem receber, a conta
mensal não fecha. O presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros
(Snel) e sócio da editora Sextante, Marcos da Veiga Pereira, resiste a falar no
assunto. Ele afirmou a ÉPOCA que a situação do mercado de livros é preocupante,
mas ponderou que a crise ocorre por causa da “maior recessão da história
recente do Brasil”. Embora tenha admitido que a situação das três principais
livrarias do país “é ainda mais complicada”, Veiga Pereira afirmou que as
editoras precisam apoiar essas empresas para que elas continuem suas operações.
“Mas, ao mesmo tempo, as editoras têm limites para financiar este momento
complicado do mercado”, completou, evidenciando a difícil situação enfrentada
pelos editores brasileiros. Dados da consultoria Nielsen, compilados a pedido
do Snel e obtidos com exclusividade pela reportagem, mostram que houve redução
de 4,11% nas vendas de livros e de 2,95% em faturamento no mês de junho na
comparação anual. No acumulado do ano, o mercado livreiro registrou alta de
7,5% em volume e de 11,69% em valor.
Editoras como a Sextante, do presidente do Snel, e a Cortez
decidiram suspender as vendas à Cultura. A Planeta chegou a reduzir o
fornecimento à livraria, mas afirmou que a situação vem se normalizando. A
Cultura parou de honrar os pagamentos de parcelas que haviam sido negociadas
entre maio e junho, relativas aos meses anteriores, que já estavam em atraso.
Para ter uma ideia do efeito provocado na cadeia pelo atraso no pagamento — ou
pelo não pagamento — por parte das grandes livrarias, há editoras que reduziram
pela metade o quadro de funcionários e diminuíram o número de lançamentos. Na
Geração Editorial, mais de metade dos empregados foi demitida neste ano: de 66
funcionários, ficaram 27. Também houve demissões no Grupo Editorial Record e na
Intrínseca. A Sextante diminuiu os lançamentos em 40%, de 13 títulos por mês
para 8.
Os cortes de pessoal também ocorrem nas grandes redes. A
Cultura demitiu 140 pessoas na sexta-feira dia 20. Procurada, a rede de
livrarias informou que o corte ocorreu por uma “necessidade de adequação da
empresa à realidade econômica brasileira”. Em nota enviada à reportagem, a
empresa cita a recessão no país, o ambiente pré-eleitoral e indicadores que não
mostram uma “recuperação consistente” da economia brasileira para detalhar os
motivos da demissão em massa. “Se continuarmos a fazer as coisas da mesma
maneira, não evoluiremos. Mudanças são necessárias, e estamos preparando nosso
futuro”, afirmou a Cultura. As mudanças previstas incluem o fechamento de lojas
e forte ampliação das vendas pelos canais digitais.
Descontos vultosos para tentar fisgar o consumidor e a perda
do interesse na leitura são outros fatores apontados por especialistas para
explicar as dificuldades do setor livreiro. Em 2017, segundo o Snel, os
descontos médios praticados pelas livrarias foi de 27,2%. A chegada da Amazon
ao Brasil, em 2014, trouxe outra dinâmica para o segmento de livros: vendas
on-line e novo patamar de preço para o livro. Nas contas de Bernardo Gurbanov,
presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), nos últimos quatro anos —
período que coincide com o desembarque da Amazon no Brasil — pelo menos 20% das
livrarias do país fecharam. Os números da Nielsen/Snel mostram que o
faturamento das livrarias teria sido em média 7,5% mais alto no primeiro
semestre deste ano caso não houvesse a política de descontos.
“Mas nem tudo está perdido”, ponderou Gurbanov. “Apareceram
novas livrarias e novos empreendimentos, editoras pequenas com projetos
inovadores. Uma nova geração está chegando ao mercado editorial com ideias
renovadas.” Apesar da crise que desnorteia os gigantes do mercado livreiro, as
editoras independentes, como a Nós e as outras associadas da Casa Paratodxs,
nunca desfrutaram de tanto prestígio e prosperidade. O bom momento das
independentes se apoia em estratégias ousadas e exitosas de publicação e distribuição
de livros, projetos gráficos arrojados, pioneirismo na conquista do mercado
virtual, fidelização do público e exploração inteligente da visibilidade
proporcionada por festivais literários, como a Flip.
Uma das aliadas das editoras independentes é Elisa Ventura,
proprietária da rede de livrarias Blooks, que soma quatro lojas: duas em São
Paulo, uma no Rio de Janeiro e uma em Niterói. Sócia da editora Aeroplano,
especializada em livros de arte e arquitetura, Elisa conhecia bem as
dificuldades enfrentadas por editoras pequenas. “Eu percebia que não
conseguíamos chegar ao público interessado em nossos livros. Não adiantava
mandar o livro para a Saraiva ou para a Cultura”, disse. Em 2008, Ventura
fundou a Blooks, uma livraria onde as apostas das grandes editoras dividem as
vitrines com a produção independente. “Quando eu abri a livraria, a cena
independente não estava ainda tão forte, mas já havia uma produção incrível,
que não tinha muito espaço. Comecei a dar destaque a essas editoras nas lojas.”
Simone, da Nós, contou à reportagem que a primeira livraria que se interessou
por seu catálogo foi justamente a Blooks. Ventura estima que mais de metade de
seu faturamento venha das editoras independentes.
Em maio, Ventura lançou a IndieBlooks, uma loja on-line que
vende apenas livros de editoras pequenas. O resultado surpreendeu. “As pessoas
entram para comprar um livro e acabam comprando vários, porque descobrem ali um
monte de coisas que nunca tinham visto. Essas editoras costumam ficar perdidas
em sites como o da Saraiva ou da Amazon. Não é o contexto delas”, afirmou. “As
editoras pequenas viram que o mercado estava mudando e começaram a se mexer
antes. Inventaram novas formas de publicação e distribuição, como essas feiras
todas, que mostram que não precisam tanto das livrarias.”
Nos últimos anos, eventos como a Feira Plana, a Tinta Fresca
e a Miolo(s) têm congregado dezenas de editoras independentes, que driblam as
livrarias e apresentam seus livros diretamente para o público. Em março, a
sexta edição da Feira Plana reuniu 200 editoras e artistas independentes na
Cinemateca Brasileira, em São Paulo. “As feiras representam uma revolução na
distribuição dos livros”, afirmou João Varella, fundador da Lote 42, uma
editora independente paulistana que investe em projetos gráficos arrojados. “Há
uns 15, 20 anos, uma editora era obrigada a distribuir em livraria. Não tinha
alternativa. Hoje, a feira propicia o contato direto do consumidor com o
produtor, que pode explicar qual é a proposta do livro para quem compra. É uma
espécie de consumo à moda antiga.”
A Lote 42 foi fundada em 2012 por Varella e Thiago
Blumenthal. Hoje, quem toca os negócios é Varella e Cecilia Arbolave, que se
juntou à editora poucos meses depois. Eles contam com a ajuda de quatro
funcionários fixos. O primeiro livro, Já matei por menos, de Juliana Cunha,
saiu em 2013, mas a loja virtual veio antes. Para ajudar a pagar o boleto da
gráfica, a editora nascente colocou o livro em pré-venda na internet com frete
grátis. A Lote 42 usa a internet com esperteza: é muito ativa nas redes sociais
e cada um dos 32 livros já publicados ganhou um monte de conteúdo extra, como
vídeos e sites próprios. Varella disse à reportagem que a Lote 42 prepara um
site novo que vai integrar e padronizar todo esse conteúdo extra e facilitar a
navegação dos leitores.
Em 2014, os editores da Lote 42 inauguraram a Banca Tatuí,
uma banca de jornal transformada em loja de publicações independentes, onde
também ocorrem festas e shows. Em junho, a Banca Tatuí arrematou o Prêmio
Milton Santos, da Câmara Municipal de São Paulo, que homenageia projetos
culturais. Nas próximas semanas, Varella e Arbolave abrirão as portas da Sala
Tatuí, um espaço cultural que ocupará o quarto andar de um prédio em frente à
banca. A Sala será ocupada por cursos, exibições de filmes, exposições e, é
claro, livros. Os negócios vão bem, mas eles não falam em números. “A editora
tem crescido e dado lucro. A Sala Tatuí, nossa grande novidade, é consequência
de nosso trabalho, de nosso esforço. Tudo segue no azul”, disse Varella. “Pega
até um pouco mal falar que tudo vai bem, não é? O meio literário tem uma
tendência a ser deprê, todo mundo reclamando, um chororô enorme. Então, eu falo
meio baixinho, quase constrangido.”
A editora Hedra também está expandindo. Em maio, Jorge
Sallum, fundador da Hedra, e Beatriz Bittencourt, criadora da Feira Plana,
inauguraram, em São Paulo, a Casa Plana, uma livraria com 300 metros quadrados
e mais de 1.000 títulos no acervo — nacionais e importados, de editoras
independentes ou não. Sallum também se uniu às editoras independentes Kalinka,
Demônio Negro, Circuito e Azougue. Cada uma delas tem um projeto editorial
próprio — a Kalinka publica literatura russa; a Demônio Negro, edições
artesanais de poesia e prosa experimental —, mas, agora, contam com a estrutura
da Hedra para imprimir e distribuir os livros. “Nós fundamos uma empresa.
Seguimos o modelo capitalista mais óbvio. Temos depósito conjunto, escritório
conjunto, sistema, tudo que uma empresa tem, e nossa comunicação é diária”,
disse Sallum. Juntas, as cinco editoras têm um catálogo robusto, quase 700
títulos, o que facilita as conversas com grandes redes de livrarias.
“A parceria com a Hedra me libera do trabalho comercial e de
distribuição para me dedicar ao que gosto de fazer, que é editar livro. Estava
ficando impossível lidar com tudo sozinha”, contou Daniela Mountian, da
Kalinka. A joint venture já deu resultados: no primeiro semestre, a Kalinka
publicou quatro livros, mais do que conseguia lançar em um ano, e planeja botar
mais quatro ou cinco títulos no mercado até o final de 2018. As tiragens também
tendem a aumentar. Vanderley Mendonça, da Demônio Negro, disse à reportagem que
as tiragens de seus livros variavam entre 100 e 200. Agora, ele planeja
tiragens de 1.000 a 2 mil exemplares. “A operação não está completamente
implantada porque ainda não temos o ritmo editorial que queríamos: publicar um
ou dois livros de cada editora por mês”, explicou Sallum. Ele disse a ÉPOCA que
a situação difícil das grandes livrarias, que atrasam os pagamentos às
editoras, também os afetou.
“Temos procurado negociar e entender, parcelar e propor
projetos conjuntos. O problema é sistêmico”, afirmou.
Sônia Machado Jardim, presidente do Grupo Editorial Record,
afirma que as dinâmicas de precificação são uma das causas dessa crise
sistêmica. Ela lembra que seu pai, Alfredo Machado, fundador da Record, dizia
que os livros de giro rápido, os best-sellers, geravam margem de lucro para
sustentar outros títulos, de giro mais lento. “Era o que ele chamava de
política Robin Hood”, afirmou. Hoje, as livrarias costumam dar descontos altos
nos best-sellers, na tentativa de elevar as vendas. “Eles estão abrindo mão da
margem que viabilizava a operação no passado”, completou Jardim. Mara Cortez,
proprietária da editora Cortez, sustenta que as grandes livrarias não sabem
fazer e-commerce e estão arraigadas ao método tradicional de trabalhar no
varejo. Ela relatou à reportagem já ter visto livros impressos pela Cortez
sendo vendidos ao consumidor por preços mais baixos que os praticados pela
própria editora, o que demonstra o desespero das grandes redes na conquista do
consumidor on-line.
Aumentar a participação no varejo on-line é uma das
principais estratégias da Saraiva para fortalecer a rede e ampliar as margens de
lucro. Segundo Jorge Saraiva Neto, presidente da companhia, a Saraiva tem feito
parcerias com marketplaces, como o Mercado Livre, para ampliar o alcance dos
anúncios de seus produtos. Pelas contas da empresa, 70% das compras no Mercado
Livre foram feitas por pessoas que não eram clientes da rede. “A perspectiva é
crescer nessa modalidade em 2018, com presença em outras plataformas de grande
relevância”, disse.
Há quem defenda a adoção de preço fixo para o livro, como
fazem os franceses e alemães, para fortalecer o mercado e proteger editoras e
livrarias dos descontos insustentáveis praticados on-line. O preço fixo
estabeleceria um valor mínimo a ser pago pelo consumidor e proibiria descontos
superiores a 10% até um ano após o lançamento do livro. Marcos da Veiga
Pereira, presidente do Snel, afirmou que algum mecanismo de proteção ao mercado
é fundamental para o futuro do livro no Brasil, mas evitou dizer se a saída
seria o preço prefixado. Marcelo Levy, diretor comercial da Todavia, disse que
o preço fixo é uma possibilidade a ser considerada. “Mas não é a única. É
preciso reconstruir o mercado. Este é o maior desafio de todos: formar
leitores”, frisou.
“O que vou falar pode parecer pedante, mas juro para você
que não: a livraria vinha de um modelo preguiçoso. Nós não estávamos
acostumados a nos mexer. Abríamos a porta, o cliente entrava, comprava e tudo
certo. De um tempo para cá isso mudou. Se a gente não se mexe, não diversifica,
a coisa fica feia”, afirmou Ventura, da Blooks. Ela defende o preço fixo do
livro. “Uma editora hoje não pode mais depender apenas de canais tradicionais.
Temos obrigação de diversificar e ampliar nossas atividades”, disse Mountian,
da Kalinka. A crise dramática do mercado editorial não intimidou as editoras e
livrarias independentes. Inventivos e destemidos, os pequenos saíram na frente:
criaram outras formas de dialogar com o consumidor e de lhe apresentar seus
produtos. E não têm medo da internet. São lições que podem ser absorvidas por
todos — editoras médias e gigantes, redes de livrarias — e, quem sabe, ajudar o
mercado editorial a virar a página da crise.
Editoras culpam a recessão, a perda do interesse pela
leitura e os descontos exagerados no preço dos livros pela crise no setor
Para driblar as grandes redes de livrarias, editoras
independentes estão oferecendo seus títulos diretamente ao consumidor em feiras
de livro e em novos espaços de venda
Texto e imagem reproduzidos do site: epoca.globo.com
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