Paul McCartney, em Londres, em setembro passado.
Publicado originalmente no site do jornal EL PAÍS BRASIL, em
8 de novembro de 2019
A vida mais familiar de Paul McCartney
O ex-Beatle, de 77 anos, troca a guitarra pelos livros
infantis e publica sua primeira história dedicada aos oito netos, com quem se
diverte pescando e tomando sorvete
Não há dúvida de que a idade não é um empecilho para Paul
McCartney que, aos 77 anos, trocou a guitarra pelas histórias para crianças. O
ex-Beatle se lançou ao universo da literatura infantil e publicou seu primeiro
livro do gênero, baseado em sua própria experiência como avô. Hey Grandude,
lançado em setembro passado, conta as fantásticas aventuras do Grandude (uma
mistura de palavras em inglês que significam “avô” e “amigo”), um personagem
mágico que vive com seus netos. Embora McCartney admita que nunca enfrentou
tubarões, como seu alter ego literário, o músico diz que adora se divertir no
mar com seus oito netos. “Tenho um pequeno bote nos Hamptons e sempre que posso
saímos juntos para o mar, onde às vezes pescamos”, diz o britânico em uma
entrevista à revista Paris Match.
McCartney é pai de cinco filhos – quatro do seu primeiro
casamento com Linda, que morreu em 1998 de câncer de mama, e a quinta,
Beatrice, de 16 anos, fruto de seu segundo matrimônio, com a ex-modelo Heather
Mills – e tem oito netos. Quatro são de sua filha mais velha Mary, com idades
entre 8 e 20 anos, e os outros quatro de sua filha Stella, uma conhecida
estilista de moda, com idades entre 9 e 14 anos. O ex-Beatle é um avô
participativo que, além de jogar futebol, ver televisão e ouvir música com os
netos, gosta de ir apanhá-los no colégio. “Quando Nancy e eu estamos na
Inglaterra nós gostamos de pegá-los e levá-los para tomar sorvete. Na verdade
são eles que nos levam para tomar sorvete”, conta o músico, que reside nos
Estados Unidos com a esposa.
Admite que é mais fácil ser “uma pessoa normal” com seus
netos que com seus filhos, e sempre tenta juntar todos para estarem em família.
“Apesar dos meus trabalhos, quero passar as férias com eles. Em agosto e no
Natal sempre nos reunimos.” Sobre sua última aventura literária, McCartney
conta que não foi difícil, porque adora ler. “Não há necessidade de procurar
rimas, por isso é um pouco mais fácil do que escrever uma canção […]. Meus pais
nunca me leram histórias, mas eu assim que pude fiz isso para os meus filhos
dormirem. Era um ritual.”
Escrever este conto infantil, que inclui um disco onde ele
mesmo narra a história, não foi o último desafio que o músico enfrentou. Aos 77
anos, continua atuando em turnês nas quais interpreta canções da carreira solo
e dos Beatles. Seu álbum mais recente, Egypt Station, alcançou o número um nas
paradas dos Estados Unidos. Nos últimos tempos, McCartney experimentou vários
formatos musicais, colaborou com artistas como Neil Young e o rapper Kanye
West, e até apareceu na saga cinematográfica Piratas do Caribe. Além disso,
agora está trabalhando em adaptar pela primeira vez para o teatro musical A
Felicidade Não se Compra, o célebre filme de Frank Capra lançado em 1946.
“É algo que nunca fiz, um novo terreno onde me destacar. Por
sorte posso esperar estar preparado, a esta altura não vou ceder às pressões”,
brincou, falando do novo projeto. Sua estreia está prevista para o final de
2020, e nele trabalharão juntos McCartney, que se encarregará de compor a
música e as letras das canções, e o roteirista de Billy Elliot, Lee Hall, que
ajudará o cantor de Liverpool a elaborar as letras e desenvolverá o roteiro do
musical.
Texto e imagem reproduzidos do site: brasil.elpais.com
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