Modelo trans e brasileira, Valentina Sampaio é estrela da
capa de outubro da Elle francesa
Revista de moda consagra modelo cearense como "o
símbolo de uma época".
By Equipe HuffPost
Valentina Sampaio, top model transgênero e brasileira, é
considerada a voz de uma geração e o símbolo de uma época pela revista Elle
francesa. Neste mês, a modelo cearense é destaque da revista de moda: foi
fotografada por Sebastian Kim para a capa da publicação e foi perfilada pela
jornalista Maud Gabrielson.
Sampaio estreou nas passarelas em 2014, no Dragão Fashion
Brasil, evento de moda tradicional do Ceará ― e desde então sua carreira
deslanchou. Natural de Aquiráz, em Fortaleza (CE), ela é a primeira mulher
trans a integrar o time de modelos da Victoria’s Secret ― ela está no novo
catálogo da linha “Pink”.
Antes, ela já tinha quebrado barreiras ao ser a primeira transexual
a ser garota-propaganda da marca L’Oréal Paris, em 2016. Neste mesmo ano,
estreou na São Paulo Fashion Week (SPFW). Em 2017, foi novamente pioneira ao
ser a primeira modelo trans na capa da Vogue Paris.
“Imagine um mundo em que não seja novidade uma modelo
transgênero ser garota propaganda ou desfilar por alguma marca. Isso não seria
incrível? Significaria que é algo normal e que está acontecendo o tempo todo”,
disse Sampaio em entrevista ao HuffPost Brasil, em setembro.
Valentina Sampaio é estrela da Elle francesa deste mês.
“Eu obviamente estou muito feliz com as mudanças na
indústria. E não apenas para a comunidade trans. É inspirador ver muitas
minorias representadas, seja pelo gênero, biotipo ou etnia. Todos precisam ser
representados na moda e na sociedade. Me sinto orgulhosa e inspirada por fazer
parte dessa evolução e planejo usar minha voz para continuar a ultrapassar
limites”, disse.
Limites estes que, diante de um cenário social, se tornam
cada vez maiores. O Brasil é o País que mais mata pessoas trans no mundo,
segundo a ONG Transgender Europe. De acordo com levantamento da Associação
Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em conjunto com o Instituto
Brasileiro Trans de Educação (IBTE), 163 pessoas trans foram assassinadas no
País em 2018.
Texto e imagens reproduzidos do site: huffpostbrasil.com
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