Johann Sebastian Bach em Leipzig GETTY
Publicado originalmente no site do jornal El País Brasil, em
21 de março de 2019
Johann Sebastian Bach, o compositor que cativou o mundo
Suas notas e compassos continuam soando como se o tempo não
tivesse passado
Por Alberto López
Há um compositor – mestre do contraponto – e músico alemão
que fez nosso planeta soar de outra maneira: Johann Sebastian Bach. Nasceu no
dia 21 de março de 1685 em Eisenach (Turíngia, região central da Alemanha),
numa família que já se dedicava à música havia várias gerações.
Com apenas nove anos perdeu a mãe e, pouco depois, seu pai,
Johann Ambrosius Bach, que era o trompetista da corte de Eisenach, voltou a se
casar, mas morreu em seguida, em 1695. Sua madrasta pediu ao primogênito dos
Bach, Johann Christoph, que se encarregasse dos dois irmãos mais novos, Johann
Sebastian e Johann Jacob.
Bach continuou aprendendo música com Johann Christoph, que
era o organista da localidade de Ohrdruf, mas também lhe interessavam outras
disciplinas, como o latim e a teologia. Contam que foi capaz de transcrever às
escondidas, sob a luz do luar, peças para cravo que eram muito famosas no seu
tempo, de compositores como Pachelbel, Froberger e Kell. Seu irmão, ao
descobrir isso, as destruiu. Mas a história não acaba aí, já que a segunda
mulher de Johann Sebastian afirmava que sua cegueira (por catarata) foi
consequência de dedicar tantas horas e em tão más condições à transcrição
destas obras.
A situação econômica não era a mais adequada, de modo que
Johann Sebastian e Johann Jacob ingressaram no Gimnasium de Ohrdruf, onde Bach
concluiu seus primeiros estudos e onde eles recebiam um pequeno salário. Aos 15
anos se mudou para Lüneburg e ingressou no coro da Ritterakademie, com um
salário melhor. Lá foi tutelado por um Kantor, que era Geor Böhm, mas as coisas
não saíram muito bem, porque sua voz mudou e ele precisou encontrar outra
maneira de ganhar a vida. Deslocou-se para Hamburgo e se tornou músico
acompanhante e professor de violino. Lá estudou com Adam Reincken, um organista
muito conhecido, que também lhe permitiu entrar em contato com os compositores
franceses. Pode-se dizer que data desta época a sua primeira Cantata.
Mais tarde, começou a trabalhar no coro da igreja de São
Miguel e foi violinista na corte do príncipe de Weimar. Posteriormente,
prosseguiu sua formação com Dietrich Buxtehude, organista e compositor de quem
ficou muito amigo.
Johann Sebastian Bach se casou duas vezes. Com a primeira
mulher, Maria Barbara Bach, teve sete filhos, e ambos foram viver em Mulhose,
onde ele tinha trabalho como organista na Igreja de São Brás. Este momento foi
crucial, porque então Bach começou a compor e a interpretar. Seu segundo
casamento foi com Anna Madalena Wilken, com quem teve 13 filhos, alguns deles
grandes compositores – embora não tanto como seu pai.
A obra de Bach foi variada e fecunda, uma carreira em que
destacam os Concertos do Brandemburgo, a Paixão Segundo São Mateus, a Tocata e
Fuga em Ré Menor e as Cantatas Sacras 80, 140 e 147, entre muitas outras.
Foi um grande compositor, mas também um grande intérprete do
cravo, do teclado e do órgão. Faleceu em 28 de julho de 1750, aos 65 anos, na
cidade de Leipzig. Na biblioteca dessa localidade alemã se encontram relatos do
modesto funeral do compositor na escola da Igreja de São Tomás, em 30 de julho,
dois dias depois de sua morte.
Partiu de forma singela, sem fazer barulho, apesar ter
conseguido que suas notas e compassos chegassem a todos os cantos do mundo. Um
gênio completo, que não foi considerado como tal na sua época. Hoje, Bach é
reconhecido não só como compositor, mas também como uma pessoa capaz de chegar
a todos.
Texto e imagens reproduzidos do site: brasil.elpais.com
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