Publicado originalmente no site NLucon, em 22 de janeiro de 2018
Ariadna Arantes fala sobre pós-BBB, viagens, tentativa de
estupro e desunião trans: "Fui perseguida"
Por Neto Lucon
Faz seis anos desde que a atriz, modelo e youtuber Ariadna
Arantes, de 33 anos, tornou-se nacionalmente conhecida como a primeira mulher
transexual a participar do Big Brother Brasil, da TV Globo, em 2011. E ainda
que tenha ficado uma semaninha, quando foi eliminada num paredão triplo, deixou
o seu nome registrado na história.
De lá pra cá, Ariadna estampou capas de revistas (bem como a
Playboy), figurou em praticamente todos os programas de TV (do Fantástico ao
Pânico), desfilou, foi rainha de bateria, se profissionalizou como atriz (com
DRT e tudo). Mas, quando o assunto era trabalho, se viu diante de um entrave:
os rótulos que a tornaram famosa eram os mesmos que fechavam portas.
Foi então que ela fez as malas, sacudiu a poeira e partiu
rumo a Itália. Hoje, ela está casada (embora prefira não expor o
relacionamento) e investe no canal no Youtube Ariadna Arantes Channel. Nele,
ela mostra suas várias viagens pelo mundo, dá tutorial de maquiagem, conversa
com os fãs e também demonstra talento como apresentadora.
Em sua mais recente vinda ao Brasil, Ariadna topou ser
entrevistada pelo NLUCON por telefone. Muito sincera, falou sobre temas
espinhosos, como uma tentativa de estupro, perseguição que sofreu de mulheres
trans na Itália, falta de oportunidades e muito mais. Topou até tirar algumas
dúvidas dos leitores e leitoras. Vamos lá!
- O BBB18 vai começar nesta segunda-feira (22). Sente
saudades do programa?
Quando eu vejo as chamadas sempre bate uma melancolia, uma
vontade de voltar. Porque eu gosto muito de experiências novas, conhecer
pessoas de vários lugares do Brasil, com vários tipos de criação... Mas admito
que o BBB não foi totalmente positivo na minha vida.
- Você se arrepende de não ter dito logo de cara que é uma
mulher transexual? (Pergunta da leitora Leticia Frediana e Rebecka de França)
Eu me arrependo de não ter falado na hora que cheguei,
porque isso contaria ao meu favor. Mas não é que não falei por vergonha de ser
quem eu sou. Mas é que nós, mulheres que operamos, temos uma vida muito mais
difícil. Depois de passar pelo processo psiquiátrico, hormonal, cirurgia,
mudança de documento, não tem nada a ver chegar e dizer logo de cara: “olá, eu
sou operada”. Eu tinha consciência que as pessoas de fora sabiam, mas eu quis
me preservar ali dentro. Fiquei com medo de ser rejeitada, de ser trada como um
animal. Foi proteção. Mas eu cheguei a contar para algumas pessoas, sim.
- Para o Lucival França e o Daniel Rolim, por exemplo?
Antes de falar para eles, eu cheguei a contar para a
Jaqueline. Foi no dia em que eu falei que me prostituía. Eu falei que era trans
e ela falou que já sabia. Depois, falei para a Maria e para a Talula. E pouco
antes de sair, contei pro Daniel e para o Lucival. Ou seja, é algo que a gente
fala quando vai adquirindo intimidade e quando acha que tem que falar. Eu não
estava enganando ninguém.
- Você chegou a fazer amizade com alguns do ex-BBBs da sua
edição?
Fiquei amiga de alguns. A Jaque (Faria) mora pertinho de mim
aqui no Rio e nos encontramos nessa minha última ida ao Brasil. Mas a que ficou
mais minha amiga foi a Paulinha (Leite). A Talula e a Janaína (do Mar) também.
- Quando você saiu do BBB, todo mundo queria te perguntar
sobre transexualidade, sobre ser mulher transexual, levantar bandeira. Você já
tinha pensado tanto sobre esse assunto?
Quando você é uma mulher transexual operada e já mudou a
documentação, você não fica pensando muito nisso. É como se tivesse virado essa
página e só vivesse a sua identidade. Naquela época já existia Rogéria, Roberta
Close e a Lea T também já estava estourada lá fora, mas o fato de ter uma
mulher transexual no BBB levou o assunto de volta. Eu falava sobre a minha
experiência, mas tive que lidar com a falta de informação total, com toda
repercussão e com o preconceito, que era e continua muito difícil. Mas nem todo
mundo reconhece e isso é o lado ruim de ter participado. As pessoas te martelam
para o resto da vida.
- Mas você também mudou a vida de muita gente. Lembro que
conversei com a Miss T Brasil Valesca Dominik e ela disse que você foi a
primeira referência de mulher trans que ela teve e que ela se descobriu por
conta de você...
Esse lado eu gosto muito e acho que é uma missão espiritual.
Diariamente eu recebo mensagens no Instagram, no Facebook, no Twitter de
pessoas dizendo: “O que está acontecendo comigo?” ou “depois que vi você, me
descobri” ou “você me inspirou a lutar”. Então, é muito gratificante. Eu não
tirei coisas positivas com o BBB, eu não fiquei rica, não fiquei famosa, não
ganhei oportunidades, mas nesse lado eu me sinto uma pessoa sortuda e grata por
ajudar o próximo.
- Você entende a situação de violações e violência das
travestis e transexuais no Brasil? Como você pode usar sua visibilidade e as
oportunidades em prol da luta por cidadania e direitos? (pergunta da Bruna G.
Benevides)
Eu gostaria de fazer mais, sim. Mas vou ser sincera:
acontece que por causa de uma ou duas várias pagam. Quando eu voltei para a
Itália, eu fui muito perseguida. E não foram os (cisgêneros) héteros, fui
perseguida pelas próprias trans. Era algo horrível e cruel. Elas chegaram a
denunciar que eu era clandestina sem motivo nenhum. E elas sabem que não tinha
motivo nenhum. Acho que por conta disso eu abri mão. Eu não levanto bandeira,
porque ainda vivemos em um meio mesquinho e cada um faz por si próprio. Sei
que, por falar isso, várias pessoas vão cair em cima de mim.
- O que seria o ideal?
O ideal seria se a gente se unisse, lutasse em prol de uma
minoria que sofre, mas não é assim. Elas sofrem pelo preconceito e, dentro do
meio, uma quer fazer a outra sofrer. Não é uma coisa da boca para fora. Eu vivi
isso na pele. Então, é a travesti que não gosta do gay, é o gay que não gosta
da travesti, é a travesti que não gosta da operada... Mas, tirando isso tudo, a
militância que resiste e é de verdade é importante. É ela que traz a
visibilidade para a minoria, para aquelas que não tem essa maldade no coração.
Devíamos ter mais união e parar com esse combate desnecessário entre nós
mesmas. É o primeiro passo.
- Você sofreu muito depois que saiu do BBB? Qual foi o lado
negativo? (pergunta da leitora Thalia Fontenelle)
Acredito que a própria exposição é o lado negativo. Ela traz
coisas boas, mas traz muitas coisas negativas. As pessoas ainda hoje acham que
tudo que eu faço é porque quero aparecer, então eu não posso mais ter opinião
própria. E claro, o rótulo de ex-BBB. Isso foi o pior.
- O rótulo de ex-BBB abre portas ao mesmo tempo em que fecha
portas. Como lida com isso?
Sinceramente, não sei lidar com esse rótulo, porque além de
ex-BBB, eu também tenho o rótulo de ser uma mulher trans. Então, quando sou
chamada para testes de trabalho, nunca é algo muito bacana. Cheguei a fazer
quatro peças de teatro, fui repórter do TV Fama, mas foram coisas muito
rápidas, porque não dão muito espaço para quem participa do BBB, principalmente
para mim, que fui a única trans que participou.
- O que acontece nos bastidores nesses testes que
participou?
Fui chamada para fazer teste no filme do Danilo Gentili,
comercial da Brahma e outras personagens, e sempre é para fazer uma personagem
trans caricata. Eu não tenho problema de interpretar personagem trans, faço com
o maior prazer, mas eles querem aquele estereótipo, sabe? Daí dizem: “Você é
boa, mas não tem aparência de trans. Queremos uma trans alta, que tenha barba,
que tenha uma expressão masculina”. Ou seja, as agências me rotulam que só
posso ser chamada quando é para personagem trans, mas quando chega na hora não
me dão oportunidade de fazer. Eu sou artista, tenho DRT, fiz aula de teatro...
O rótulo acaba destruindo tudo isso e a gente acaba desistindo.
- Você acha que isso acontece por transfobia?
É preconceito. Eu acho que as pessoas deveriam ter uma
formação melhor, procurar uma explicação melhor e não tornar tudo uma sopa. As
pessoas deveriam ter contato com mais histórias das pessoas trans. Essa do Ivan
(da novela A Força do Querer) é importante, mas temos que saber mais da vida de
uma travesti. Falam que ela se prostitui porque quer, mas o que leva à
prostituição é muito além de uma escolha. Se tivermos mais histórias, mais
youtubers, mais atrizes, mais trans de coragem, isso muda. Acho que não
deveríamos mais colocar uma travesti na comédia, ou um ator (cis e
heterossexual) fazendo o papel de uma travesti. Nós temos essa capacidade
também.
- Há no Brasil um movimento chamado Diga Sim ao Talento
Trans e que repudia o TransFake, quando atores cis interpretam personagens
trans. O que acha?
Acho que no Brasil, por mais que a gente grita, as pessoas
não escutam. Acho que a Globo tem que mostrar que somos talentosas, sim, que
deveria dar uma oportunidade para as atrizes trans. Dá um papelzinho na
história, fala sobre o tema, não precisa ser sempre. Mas coloca uma trans como
qualquer outra personagem na história. Coloca ela como uma médica, por
exemplo... Mas infelizmente eu acho que não vai dar em nada. Quando você tenta
um emprego normal, as pessoas dizem “você é famosa, não pode”. Mas se eu voltar
a fazer programa, todo mundo vai cair em cima de mim. Mas oportunidade ninguém
me dá.
- Já que tocou no assunto, o que pode falar sobre sua
experiência na prostituição?
É uma profissão que te dá dinheiro rápido, mas que não é uma
vida fácil como as pessoas falam. Tem que deitar na cama ao mesmo tempo que sua
cabeça não está lá, está pensando na família inteira que tem que ajudar... É
muito difícil. Não vou fazer apologia à prostituição, mas se eu precisar, eu
vou fazer. E dane-se. Mas o que eu puder lutar para mudar a minha vida, eu vou
fazer também. É como um vício. Você vê os momentos da sua vida passando e às
vezes você fica o tempo todo dentro do quarto só para comer e pagar os
anúncios. Se fosse trabalhar em outra área, acabava conseguindo ter melhor
qualidade de vida. Cada pessoa tem a sua experiência e estou falando apenas por
mim. Não é o que eu quero.
- Hoje você voltou a morar na Itália. O que te motivou a ir
para lá?
É exatamente o que aconteceu agora: vim para o Brasil, não
consegui trabalho, não consegui bancar os projetos, as pessoas não acreditam na
Ariadna, não acreditam no meu potencial. É um sofrimento fazer as coisas. Ainda
não sou um exemplo de youtuber, talvez por não conseguir apresentar um trabalho
de qualidade. Mas nos vídeos, eu tenho que comprar passagem aérea, tenho que me
dirigir, tenho que fazer tudo e...
- Não concordo, Ariadna. O seu canal do Youtube é ótimo, com
muita informação, curiosidades, você é muito simpática...
Não sei, são essas coisas que passam na minha cabeça. Mas
talvez você tenha razão, porque pelo que eu vejo, mesmo nos grandes sites de
viagem, há poucos seguidores, poucas curtidas e visualizações. Talvez seja esse
nicho de viagens que estou abordando nos vídeos.
- Você tem viajado bastante. Quais lugares mais gostou de
visitar?
Todo cantinho que escolhi para viajar foi a dedo, então são
lugares que eu amo. Mas um lugar que eu adoraria morar e que fiquei
completamente apaixonada foi Cape Town, na África do Sul. As pessoas são muito
agradáveis, a comida é meio salgada e doce e o lugar é muito parecido com o
Brasil, mas muito mais civilizado. Você anda, está tudo limpo e de repente você
vê um babuíno na rua. Do nada você vê uma baleia, rosas amarelas no inverno.
Fiquei pensando: se está tão florido assim no inverno, imagina na primavera?
Tive a sensação de que Deus estava ali e que fui abençoada. Quando estava indo
embora, eu e o meu pai choramos. Fora cinco dias que completaram a gente em
todos os sentidos.
- Chegou a ver outras pessoas trans nesses países?
Sinceramente, eu não vi muitas pessoas trans nessas viagens.
Até porque quando elas decidem viajar, elas procuram diversão. Eu cheguei na
casa dos 30 e estou muito mais tranquila. Sempre escolho lugares que vão me
marcar. Pensando aqui, lembro de ter visto muitas mexicanas trans no show da
Thalia. Muitas estavam até caracterizadas de Thalia.
- Qual é a dica que você dá para a travesti ou mulher trans
que quer viajar?
Acho que vale tudo para não sermos atacadas, porque há muita
gente doente no mundo. Primeiro lugar, veja se não é um país em que ser uma
mulher trans é ilegal, principalmente se não tiver retificado o documento.
Depois, escolha bem o hotel. Por mais que se pague mais caro, você vai ter
segurança e, se tudo der errado, vai ter uma boa estadia. Também gostaria de
passar algo que é muito difícil de passar: que as trans não se vulgarizassem
tanto. Já temos uma beleza marcante, então não precisamos andar seminuas. Eu já
tive minha fase de usar roupa curta, mas a gente amadurece. Quando estou com um
vestidão até o pé, é a vez em que mais faço sucesso. Agora, cada lugar é
especial e depende muito do gosto de cada uma. Eu gosto de frequentar lugares
marcantes, teatros, museus... E eu vejo que muitas trans preferem lugares para
se divertir...
- Você pensa em falar sobre assuntos pessoais ou sobre ser
do candomblé nos seus vídeos? (pergunta da leitora Sttefany Farias)
Eu já pensei em fazer um documentário sobre transexualidade
e a religião. Mas ainda não botei em prática. É que é algo muito complexo. Eu
tenho um pai-de-santo com duas faculdades e uma cabeça muito boa. Então ele
entende que não é o fato de eu ter nascido homem que vou morrer homem. Que as
transexuais sempre existiram, só não eram divulgadas. Só que nem todo mundo da
religião pensa assim, né?
- Hoje você está casada?
Sim, tenho um marido, mas deixo ele completamente de fora da
mídia. Hoje, as pessoas conhecem o que eu quero. E ele nunca quis exposição,
pois acha que ela traz coisas negativas.
- Você sempre foi feliz na vida amorosa? Desde o BBB você já
apareceu cercada por belos homens...
Posso dizer que eu amei muito intensamente, eu tive homens
lindos, mas nem tudo que reluz é ouro. Nem todas as histórias foram as mil
maravilhas. Já tive muita gente famosa que deu em cima de mim, já fiquei com
dois ex-BBBs na calada, já fiquei com ex-Fazendeiro. Mas não fiquei com muitos
famosos, porque a maioria das pessoas famosas que conheci foram mulheres e
nunca rolou.
- Um ex-namorado italiano chegou a pedir para vários
veículos apagar as matérias envolvendo o namoro dele com você. Ficou sabendo
disso?
Realmente ele pediu para tirar as matérias e pediu até para
que eu assinasse um contrato, pois prejudicou a imagem dele o fato de namorar
uma transexual. Disse que uma namorada miss terminou com ele por causa do
namoro. Ele é um pobre coitado, pois assim como muita gente disse, ele só quis
usar a minha fama. Sei que ele gostou de mim, pois ninguém faz sexo três,
quatro vezes num dia só para usar. Mas sei também que ele usou bastante da
minha imagem. Para muita gente, ele era um príncipe. Mas teve muita coisa por
traz desse relacionamento que foi barra pesada para mim.
- Em sua mais recente vinda ao Brasil chegou a sofrer uma
tentativa de estupro. Como foi?
Fui numa cachoeira com os meus três sobrinhos em Piabetá.
Escutei um barulho de galhos quebrando e achei que fosse um macaco ou capivara.
Mas quando vi era um homem com a bermuda baixa, se masturbando e correndo na
minha direção. Me joguei nas pedras e consegui ser mais rápida que ele. Peguei
as crianças e fugi. Naquele mesmo dia foi assassinada uma pessoa naquele mesmo
local.
- Essa tentativa de estupro não chegou a sair em nenhum
lugar, né?
Relatei isso nas redes sociais e, sendo uma pessoa pública,
nenhum veículo de comunicação quis saber. Cheguei a grava para o TV Fama, mas
eles não colocaram. Foi uma tentativa de estupro, uma coisa muito séria, foi
muito forte e eles ignoraram. Vejo que a mídia está muito banalizada. O Brasil
deixa passar e esquece de botar a cara e lutar. Vejo que várias pessoas que se
mobilizaram contra ataques racistas são as mesmas que vão escrever que gay tem
que morrer em nome de Deus. A hipocrisia está reinando. Eles defendem uma
parte, mas na outra não se importam em ser preconceituoso. Eu estou muito assustada
e isso foi a gota d'água.
- Você participaria de uma nova edição do BBB ou de A
Fazenda?
Acho que participaria, pois adoro um fervo, coisas novas e
novas experiências. Mas acho que não seria chamada para A Fazenda, porque não
faço o tipo da emissora. Sou uma mulher transexual operada, sou do candomblé,
então rola muito preconceito. Algumas pessoas falam que a Nany (People) e a
Léo(nora Áquilla) já participaram, mas elas são bastante performáticas, tiveram
essa questão de serem drags. Eu, enquanto mulher transexual operada, represento
algo mais complexo. Além do mais, falo o que penso e não estou disposta a fazer
parte de um sistema em que eles controlam a gente. Se fosse convidada para o
BBB, eu toparia na hora. Eu não cheguei a viver muito, fiquei uma semana só,
né?
- O que faria diferente caso fosse convidada?
Eu pensaria mais na estratégia de jogo. Em 2011, eu era
muito ingênua, eu falava palavrão, pensava muito na diversão e fui muito mal
interpretada. Acho que por ser trans as pessoas pensavam que eu tinha que ser
uma princesinha, intocável... Mas acho que mostraria o que as pessoas não
conhecem, quem eu sou 24h. Às vezes conheço pessoas que dizem que não gostava
de mim, que me achava nojenta, enjoada. Mas eu sou muito divertida, pé no chão,
simples. Posso ir ao baile de favela ou ao baile do Copacabana Palace.
Texto e imagens reproduzidos do site: nlucon.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário