Publicado originalmente no site da revista STATUS, em 30/10/2015
Natália Rodrigues.
A atriz da novela global verdades secretas do jeito que
sempre sonhamos: livre, leve e solta
Fotos Fernando Mazza Edição Ariani Carneiro |
Stylist Dudu Farias |
Beleza
Robson Almeida (com produtos Nars e Schwarzkopf) texto Jr. Bellé
Natália Rodrigues, 34 anos, é uma assídua frequentadora da
ponte aérea Rio-São Paulo. Sua base é na terra da garoa, onde estrela o
espetáculo Caros Ouvintes, mas mantém uma casa na cidade maravilhosa, onde
grava Verdades Secretas, sua décima novela – a primeira foi em 2002, Desejos de
Mulher, de Euclydes Marinho. O vai e vem, no entanto, não incomoda a atriz. Ela
faz tudo para estar presente em mais um trabalho de Walcyr Carrasco: “Já é a
terceira novela que ele me convida para fazer. É um privilégio, pois ele sempre
escreve obras incríveis. Tomara que me chame para outras, já estou acostumada com
essa correria entre as capitais”, diz. Além do mais, ela aproveita o voo para
escutar um pouco de música, como um relaxante The Cure. “Ando ouvindo muito
Placebo e Passenger também”. Suas preferências musicais estão sempre à mostra:
Natália gosta de vestir camisetas de banda, que ficam minuciosamente
organizadas por cores em seu armário: “Não pode misturar de jeito nenhum! Sou
extremamente certinha com isso”. Mas nem só de TV e teatro vive Natália, que
está filmando seu quinto longa-metragem: “O filme se chama Elis, e claro, é
sobre a Elis Regina, com direção do Hugo Prata”. Em 2014, Natália fez parte do
elenco da comédia de Marcus Baldini, Os Homens são de Marte… E é pra lá que eu
vou, um sucesso de bilheteria do cinema nacional.
No pouco tempo que tem quando não está envolvida em nenhum
dos três projetos, Natália gosta mesmo é de ficar em casa, debaixo das
cobertas, vendo seriados e mais seriados: “Estou viciada no Netflix. Passo dias
e noites inteiras assistindo. Por isso, nos últimos tempos, não tenho visto
nada de TV aberta”. Suas séries preferidas são The Killing, Game of Thrones e
The Returner. “Também estou lendo Tête-a-Tête, sobre a Simone de Beauvoir e o
Sartre”. Inspiração, certamente, não lhe faltará.
Você está trabalhando, ao mesmo tempo, em cinema, televisão
e teatro. Qual dá mais tesão?
– Os três dão tesão. Estou num momento muito pleno da minha
carreira, tendo oportunidade de realizar essas três coisas ao mesmo tempo. Está
sendo um crescimento artístico gigante.
Tempos atrás você fez seriado também, A Segunda Vez, do
Multishow, baseado no livro A segunda vez que te conheci, do Marcelo Rubens
Paiva.
– Eu fazia uma cafetina bissexual chamada Fabi.
Foi difícil interpretá-la?
– Foi a personagem mais desafiadora até hoje, um divisor de
águas para minha carreira. Foi muito importante ter interpretado essa
personagem. A Fabi trabalhava na noite, fazia parte de um submundo. Ela se
envolve com uma das prostitutas da sua agência, começa a namorá-la e se mete
num triângulo. Ela era bem complexa.
Você já sentiu desejo por mulheres?
– Não. Eu sou supercareta. Sempre fui uma pessoa que casou e
viveu namoros longos. Não sou de balada nem de pegação. Tive cinco namorados e
um marido nestes meus 34 anos. Não tive mais homens do que essas pessoas.
Mas então foi difícil gravar as cenas quentes de pegação com
a Eline Porto?
– Não foi nada difícil. Muito pelo contrário, foi fácil de
fazer. Até porque foi uma escolha que fiz como atriz. Eu sou um outro tipo de
careta, uma pessoa que não é moderna, digamos. Mas com a vida eu não sou
careta. É muito tranquilo para mim, sou muito bem resolvida com nu e essas
coisas. Não tenho preconceitos, julgamentos, nada disso. Acho que cada um tem
que fazer o que é importante para si mesmo e assumir isso.
Então talvez você e a Fabi, mesmo sendo tão diferentes, têm
algo em comum: são livres e decididas.
– Não acho que eu seja livre, mas tenho personalidade forte
e tenho minhas opiniões.
Então vou te pedir uma opinião sobre o amor: no amor,
fidelidade rima com exclusividade?
– Eu acho que viver com alguém é uma liberdade de escolha e
prezo demais as minhas escolhas. Elas podem até ser erradas, assumo os erros.
Eu opto em estar com alguém, ninguém me obriga. A partir do momento em que eu
não quero mais estar com esse alguém e me sinto atraída por outra pessoa, não
há mais motivos para estar junto. Isso já aconteceu na minha vida, então fui lá
e terminei a relação. Para mim, fidelidade é o respeito que tenho, não só pelo
outro, mas principalmente por mim mesma.
No meio disso há o tema da traição.
– Eu respeito muito as minhas próprias escolhas e acho muito
medíocre enganar a si próprio. A traição, mais do que trair a outra pessoa, é
trair a si mesmo. A outra pessoa pode até nunca vir a saber o que aconteceu,
mas você sabe. O importante é poder colocar a cabeça no travesseiro e dormir em
paz. Isso é o que eu mais prezo na vida. Porque a traição não é só entre um
homem e uma mulher, mas entre amigos e familiares, no trabalho e na vida. É uma
questão de caráter.
Você se acha sedutora?
– Eu me aceito do jeito que sou. Não sou a mulher mais linda
do mundo, não tenho o corpo mais perfeito do mundo, nem a barriga mais
trincada. E está tudo certo. A minha sedução não está em mostrar para o outro o
quanto eu sou sedutora. Eu acho que a sedução está na personalidade, e não na
roupa que eu coloco ou no jeito que eu me maquio. Sou muito simples, estou
sempre de coturno, calça fusô, camiseta de banda, jaqueta de couro. Não escovo
o cabelo e quase nunca uso maquiagem. E mais, acho que isso é sedutor. Ter
personalidade forte é sedutor. Eu ando na rua e não chamo a atenção, mas me
acho uma pessoa bem interessante.
Se um dia fizessem um filme sobre sua vida, que conselho
você daria para a atriz que fosse te interpretar?
– Putz, primeiro que eu não deixaria ninguém me interpretar.
A não ser que eu estivesse morta, eu mesma me interpretaria.
Texto e imagens reproduzidos do site: revistastatus.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário