Legenda da foto: Vera Magalhães concede entrevista a equipe da TV Cultura que cobriu debate presidencial - (Crédito da foto: Reprodução TV Cultura)
Publicação compartilhada do PORTAL IMPRENSA, de 29 de agosto de 2022
"Ele diz que eu acordo pensando nele. Pelo jeito é o contrário", diz Vera Magalhães sobre ataque de Bolsonaro
Redação Portal IMPRENSA
Entidades e jornalistas condenaram o ataque do candidato Jair Bolsonaro à jornalista Vera Megalhães durante o o primeiro debate presidencial das eleições, realizado neste domingo (28) pela TV Cultura, Band, UOL e Folha de S.Paulo.
Transmitido do principal estúdio da Band, em São Paulo, o debate contou com participação de seis candidatos ao Planalto: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (PMDB), Felipe D’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil).
Âncora do Roda Viva da TV Cultura, a jornalista Vera Magalhães perguntou a Ciro sobre a queda da cobertura vacinal do país e sobre a desinformação que Bolsonaro propagou sobre as vacinas contra a covid-19. Na resposta a Ciro, Bolsonaro atacou a jornalista. "Vera, eu não podia esperar outra coisa de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", disse o presidente.
Dentre inúmeras manifestações de solidariedade, o diretor de jornalismo da Band, Fernando Mitre, classificou a fala de Bolsonaro como absurda. "O trabalho de Vera é um orgulho para os que exercem a profissão." Por sua vez, Fátima Bernardes e muitas outras colegas lembraram que não foi a primeira vez que mulheres jornalistas foram atacadas por Bolsonaro e seu governo. Já Natuza Nery, comentarista de política da GloboNews, lembrou que o ataque compromete as intenções de Bolsonaro de melhorar sua fraca performance eleitoral entre as mulheres.
Ataque pessoal
De acordo com as regras do debate, Vera não teve direito de se defender. Mas à TV Cultura a jornalista falou sobre o ataque sofrido, lembrando que Bolsonaro preferiu desqualificá-la em vez de rebater o teor de sua crítica.
"Foi uma resposta lamentável, absurda. Minha pergunta era sobre vacina. Ele não falou nada sobre vacina, não respondeu a esse respeito. Não falou porque demorou para comprar as vacinas contra covid-19, nem porque propagou fake news e desinformação a respeito da eficácia e da segurança das vacinas. Preferiu me atacar pessoalmente. Um ataque gratuito, despropositado. Totalmente descontrolado. Tenho muito a lamentar, não é primeira vez que ele faz isso em relação a mim. Ele diz que eu acordo pensando nele. Pelo jeito é o contrário. Ele deixou de responder sobre vacina, assunto que preocupa o povo brasileiro depois de 683 mil mortes por covid-19 e diante da baixo cobertura das outras vacinas, que aliás era o tema da minha pergunta."
Em nota em solidariedade à jornalista, a Ajor (Associação de Jornalismo Digital) lembrou uma carta compromisso enviada recentemente por entidades de defesa da imprensa aos candidatos e candidatas à presidência da República. O documento pede que os candidatos, seus partidos e coligações se comprometam com a defesa da segurança de jornalistas durante as eleições.
Batizado de “Carta Compromisso com a Liberdade de Imprensa e a Segurança de Jornalistas nas Eleições 2022”, o documento recomenda sete posturas que as candidaturas devem assumir, incluindo adotar discurso que contribua para prevenir a violência contra jornalistas e não estimular que apoiadores ofendam, ataquem ou agridam profissionais da imprensa.
Texto e imagem reproduzidos do site: portalimprensa.com.br
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