Fotos: Daryan Dornelles/Revista VIP
Publicado originalmente no site da revista VIP, em 15 de março de 2018
Ana Paula Lima, alma cigana
Antes de fincar o pé de vez no Brasil, Ana percorreu pela
Alemanha, Áustria, Portugal, França... até o Marrocos
Por Giovanna Rossin
Hoje atriz da novela global Salve Jorge, Ana Paula lima se
sentia uma cigana enclausurada uns anos atrás em sua cidade natal, a paulista
Assis.
Por muito tempo, conteve uma vontade de se libertar porque
não tinha certeza do que fazer.
Aos 17 anos, foi passar um ano na Califórnia, onde finalizou
o ensino médio.
Tempo suficiente para começar a formar as asinhas que não
pararam mais de bater. Na volta ao Brasil, instalou-se em Piracicaba (SP),
formou-se em publicidade e trabalhou pouco tempo no ramo. Logo bateu de novo a
vontade de voar.
Fez as malas — ou melhor, um mochilão — para circular
sozinha pela Europa por quatro meses.
Foi para Alemanha, República Checa, Áustria, Portugal,
Espanha, França e deu uma esticada africana até o Marrocos.
O tempo em cada lugar dependia dos amigos e planos que fazia
no calor do momento.
Para Ana Paula, era assim a liberdade.
Nessa época, teve muito tempo para pensar o que queria fazer
da vida, e aflorou um desejo que ela sempre teve, mas sufocava: ser atriz. “Foi
com a maturidade que tirei minha insegurança”, lembra ela, hoje com 29 anos.
Para que lugar o novo bater das tais asinhas a levou? Rio de
Janeiro, onde emendou vários cursos de interpretação.
Os primeiros trabalhos foram no teatro, em 2008 e 2009, com
as peças C8H11N02 (fórmula da dopamina) e Exercício Número 2: Formas Breves
(baseada em fragmentos de célebres obras literárias).
Na TV, fez pequenas participações em novelas da Globo até
surgir, no ano passado, o convite para participar de Salve Jorge como a
personagem Karla.
Ela está no núcleo das mulheres que são levadas à Turquia
sob a ilusão de trabalhar como modelos e acabam enganadas. “Assim como a
maioria delas, Karla entrou nessa por almejar uma vida melhor, mas foi parar
num cativeiro. Lá elas são o tempo todo roubadas. Roubam sua dignidade e
vontade de viver. Há dias em que interpretamos a raiva delas. Noutros, a
tristeza, a humilhação e o sentimento de fuga. É pesado, mas estou muito feliz
em poder alertar a sociedade de um problema real.”
*Matéria originalmente publicada na edição 337 da revista
VIP.
Texto e imagens reproduzidos do site: vip.abril.com.br
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