Publicado originalmente no site da REVISTA SUBJETIVA,em 29 de março de 2022
Por Leonardo Fuita
Muitas vezes nós temos uma impressão que as discussões que estão em voga hoje no Twitter são o reflexo do que acontece na vida real. O problema é que esquecemos que, não só no Brasil mas no mundo, as pessoas que estão nessas redes estão longe de serem algo análogo à população geral. O que, no final das contas, acaba nos colocando em uma bolha onde achamos que determinadas discussões são importantes, quando na realidade não são.
Falando somente de Brasil, temos cerca de 14 milhões de usuários dentro da plataforma. Partindo do princípio que somos 210 milhões, isso da pouco mais de 6% da população brasileira dentro dessa rede social. Um número que, é verdade, pode ser muito maior se contarmos os usuários de Facebook e Instagram, mas que chuto eu, não chegaria a nem 20% das pessoas que temos hoje no Brasil.
Ou seja, temos menos de 20% das pessoas do país engajadas nas discussões que ‘dividem opiniões’ na internet. Menos de 20% dos seres humanos que você interaje durante a sua vida estão nesses locais. E se contarmos quem realmente se engaja nessas discussões, acredito que o número desce para muito menos do que 10% dessas pessoas.
Então a minha pergunta é sempre a mesma: será mesmo que essas discussões são tão importantes assim? Será mesmo que você precisa se engajar em uma discussão de 280 caracteres com alguém que você provavelmente nunca vai ver na sua vida? Será que precisamos desse tipo de ruído dentro da nossa mente e gastar o nosso precioso tempo nesse tipo de questão?
Não estou dizendo que é fácil. Afinal, como um usuário levemente ativo hoje, também tenho vontade de responder à determinados absurdos que vemos sendo falados nas redes. Mas a verdade é que nós sempre nos arrependemos disso. Seja ‘ganhando’ ou não a discussão, poucas vezes conseguimos extrair algo de valoroso desse tipo de situação.
Porque quando você sai da internet, você vê como existem coisas que estão completamente fora da realidade. Pouca gente se importa com o pronome neutro. Muito menos com a ‘liberdade’ de poder fazer o que quiser a hora que quiser (que por sinal só existe em teoria na própria internet). As pessoas estão preocupadas com os seus entes queridos, com a sua diversão do final de semana, o seu sustento e com o seu dia a dia. Pouca gente realmente está pensando nos ‘grandes problemas’ que a internet nos faz discutir todos os dias.
A internet não é a vida real. Está longe de ser e, por mais que a utilizemos muito e as vezes até ganhemos uma grana com ela, ela ainda é só a internet. Uma ferramenta que podemos sim utilizar para tais discussões. Mas que no final das contas ainda está longe de ser o que defini nossas vidas de verdade. Não porque não pode te prejudicar, algo que todos sabemos que pode. Mas que no final das contas não é realmente necessário para que você seja uma pessoa mais plena.
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Texto e imagem reproduzidos do site: medium.com/revista-subjetiva

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