quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Thelma Lipp, travesti que reinava no quesito beleza nos anos 80

 Thelma aparece como a rival de Roberta.



Thelma também posou para a revista Transex pouco depois (foto de Eduardo Moraes).

Publicado originalmente no site NLUCON, em 29 de agosto 2017.

Raridade! Conseguimos as fotos da travesti Thelma Lipp na Playboy de 1984
  
Por Neto Lucon

Havia uma travesti que reinava no quesito beleza nos anos 80. Tratava-se de Thelma Lipp (ou Telma Lipp, como aparece em alguns lugares), uma atriz e modelo que surgiu como a resposta paulista do fenômeno transexual carioca Roberta Close.

Assim como a "rival" (esse era o termo que a mídia usava), Thelma figurou em programas de auditório, deu entrevistas para publicações, atuou como atriz e até posou nua para a Playboy.

Sim, em abril de 1984, a revista Playboy abriu as portas para até então a única travesti a posar. Lembrando que Roberta Close se definia como mulher transexual, antes mesmo da cirurgia de redesignação genital (popularmente conhecida como mudança de sexo).

Nos cliques de Luís Crispino, Thelma aparece nua aos 20 anos, exibindo o rosto de menininha, cabelos esvoaçantes e um corpo todo natural - apenas com hormônios. A capa é de Betty Faria, uma vez que a revista regular nunca colocou nenhuma pessoa trans como destaque de capa.

Anunciada como a rival de Roberta, ela faz a fofa: "Roberta é uma pessoa bonita que abriu caminho. Mais não digo porque não a conheço". Ela também diz que é uma pessoa normal que apenas quer mostrar o seu talento. Apesar do ensaio lindíssimo, a revista cometeu a indelicadeza de divulgar o nome de registro de Thelma.

Pós Playboy

Considerada uma das musas do momento ao lado de Xuxa, Luiza Brunet e Roberta, Thelma foi catapultada para o estrelato. Atuou como jurada do quadro "Eles e Elas", do Clube do Bolinha e como modelo para para revistas como Nova Cosmopolitan, We Inglesa, Contigo!.

Na carreira de atriz, conseguiu algumas oportunidades. Atuou na peça Terezinha de Jesus e Filhas da Mãe, ambas de Ronaldo Ciambroni, e Mil e Uma Noites. Esteve no filme Dores de Amor, de Pierre-Alan Meier e Matthias Kalin, e foi inspiração para o filme Thelma, de Pierri.

Vale ressaltar que por conta do filme, ela foi convidada para participar do Festival de Lacarno, Suíça, na avant-premiere. A obra fala sobre um homem que se apaixonava por uma travesti. Sim, era a declaração de amor do diretor.

Em 2001, após enfrentar problemas com drogas e se recuperar, foi convidada para o filme Carandiru para o personagem Lady Di. Era a grande volta de Thelma nas telinhas. Porém, devido a uma estratégia de marketing, tiraram Thelma e incluíram Rodrigo Santoro no papel.

Foi um duro golpe para ela, que voltou a ter uma vida pacata. Em novembro de 2004 acordou com o lado esquerdo do corpo paralisado por conta da neurotoxoplasmose. Ela chegou a ser internada durante um mês, mas faleceu na véspera de Natal pouco depois de voltar para casa por insuficiência pulmonar.

Texto e imagens reproduzidos do site: nlucon.com

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