Publicado originalmente no site Brasil El País, em 26 de agosto de 2018
Seis comportamentos que fazem as pessoas se afastarem de nós
Certos comportamentos podem acabar afastando os demais do
nosso convívio. A atitude certa é crucial para termos sucesso em nossas
relações pessoais
Por Alejandra Sánchez Mateos
A maioria de nós gosta de ter sucesso em nossas relações
pessoais. Mas ter a atitude certa é crucial para esse fim. Na verdade, existem
certos comportamentos que, se reiterados, podem acabar afastando os demais do
nosso convívio. O psicólogo José Elías Fernández González, membro do Colégio de
Psicólogos de Madri, na Espanha, nos conta quais são os mais habituais desses
comportamentos, e o que podemos fazer para melhorar essas características caso
as tenhamos.
1. Levar as coisas a ferro e fogo
Podemos nos magoar, por exemplo, quando um chefe reconhece
os resultados de um colega, mas não os nossos. É preciso, porém, aprender a
relativizar essas pequenas punhaladas no ego e “não autoquestionar nosso valor
nem se subvalorizar”, recomenda o especialista.
Para lidar com isso, é preciso ser capaz de pensar que não
somos os melhores em tudo. Só assim conseguiremos tirar um grande peso de cima:
“Seria exaustivo se todos sempre recorressem a nós”, diz o psicólogo. “Além
disso, não podemos ser especialistas em todos os aspectos profissionais e
pessoais. Há pessoas que têm ideias melhores que as nossas em determinados
assuntos.”
Também devemos tentar não levar tudo para o terreno pessoal,
porque não somos o umbigo do mundo. Devemos tentar manter o controle sobre nossas
emoções e não reagir exageradamente aos acontecimentos cotidianos.
2. Ser ciumento por natureza
O monstro de olhos verdes tampouco ajuda a criar um círculo
de amizades saudável. No âmbito social, muitas vezes o ciúme é entendido como
uma amostra de que nos importamos com os outros, mas neles só encontramos
frustração e mal-estar. “Geram sentimentos de inveja, obsessão ou controle que
de maneira inconsciente e involuntária se manifestam e projetam nos outros, o
que pode levá-los a fugir de nós”, esclarece Fernández González.
Para combater o ciúme, devemos aprender a valorizar nossos
pontos fortes e virtudes, assim como as coisas boas que nos acontecem. “É
preciso evitar comparações com os outros.”
3. Necessitar de constantes elogios
Todo mundo gosta de receber elogios ou afagos de quem nos
cerca. Mas cuidado, porque, se nossa autoestima depender da validação constante
por parte dos outros, ela se voltará contra nós. Ser viciado em elogios também
pode turvar suas amizades.
Fernández González afirma que não cabe às pessoas que nos
cercam nos manter motivados e com o ego alimentado. “Cada um é único e
irrepetível, e não temos por que sempre contentar a todos, e sim a nós mesmos.”
O amor próprio é a chave. Isso tampouco significa que
devamos nos tornar vaidosos ou egocêntricos, só que tenhamos consciência de que
a forma como os outros nos veem é apenas uma amostra da realidade, que nem
sempre é a correta.
4. Não aceitar críticas construtivas
Ninguém gosta de ter suas falhas ressaltadas, mas de vez em
quando vai bem que nos chamem a atenção para elas. Entretanto, não devemos
confundir isso com a atitude daquelas pessoas que só veem o que está ruim, já
que isso pode acabar sendo negativo para o crescimento pessoal.
Como disse Joe E. Brown a Jack Lemmon em Quanto Mais Quente
Melhor, “ninguém é perfeito”. “Reconhecer nossos defeitos é uma força que gera
autoestima e nos ajuda a adotar mecanismos para superá-los”, observa Fernández
González.
O psicólogo afirma que, se não aprendermos a aceitar os
comentários negativos, nunca tentaremos superar e eliminar nossas desvantagens.
Também insiste na necessidade de uma boa comunicação com os outros, já que são
os bons amigos que nos ajudam a ter uma visão mais objetiva dos nossos
comportamentos e nos motivam a melhorá-lo: “É fundamental para o sucesso nas
relações, e também para ter uma visão saudável sobre nós mesmos”.
5. Fazer-se constantemente de vítima
Assumir esse papel para causar pena ou compaixão funcionará
durante pouco tempo. Segundo o especialista, há uma realidade: “Todos queremos
estar com pessoas alegres e felizes”. Isto não significa que você nunca possa
compartilhar as fases ruins ou as coisas negativas com seus amigos. Porém, se
abraçarmos a negatividade como filosofia e o vitimismo como atitude perante a
vida, os outros fugirão de nós “como da peste”.
“Alguns só podem ver a parte negativa das coisas que lhes
acontecem, ou sempre se antecipam ao que vai acontecer no futuro, e isso não
lhes permite ser felizes. Se dependesse deles, o mundo já não existiria mais”,
afirma o psicólogo.
Para evitar isso, não podemos atribuir ao exterior ou ao
destino tudo o que nos acontece de ruim, pois determinadas variáveis estão ao
nosso alcance e devemos ter consciência de que muitas das coisas que nos
ocorrem são consequência de nossos pensamentos e ações. Só uma atitude positiva
poderá nos ajudar e também fará os outros confiarem em nós.
6. Ser muito sincero, mesmo se ninguém tiver pedido a sua
opinião.
Disseminar nossa opinião sobre qualquer tema sem que ninguém
peça —por exemplo, como é horrorosa a calça do seu amigo ou o penteado da sua
colega de trabalho— nos transforma em seres odiosos.
O que se conhece como “não ter filtro”, ou seja, emitir
juízos gratuitos a torto e a direito, pode magoar os que nos cercam ou fazê-los
se sentirem incômodos. Em geral, falar demais não é uma qualidade elogiada
socialmente, segundo o especialista: “Não se pode dizer a primeira coisa que
nos passa pela cabeça nem julgar as pessoas levianamente, sem pensar que
podemos ofender”, afirma Fernández González.
É preciso aprender a ser mais prudente, respeitoso e
empático, recomenda o especialista. Também é bom saber valorizar as qualidades
e capacidades dos outros: “Melhor pecar por prudência que por excesso nos
julgamentos que emitimos sobre os outros. Não temos só que estar atentos ao que
dizemos, mas também ao jeito que empregamos”, esclarece.
Texto e imagem reproduzidos do site: brasil.elpais.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário